O governo de Israel confirmou, nesta quinta-feira (9), a aprovação do acordo de cessar-fogo com o Hamas, que também prevê a devolução dos reféns mantidos pelo grupo na Faixa de Gaza. Com a decisão, teve início a contagem do prazo de 24h para o início da trégua. As informações são do G1.

De acordo com o texto, o Hamas deverá libertar os reféns em até 72h. O grupo já havia assinado o tratado e anunciado um cessar-fogo permanente antes da ratificação israelense. A proposta foi submetida ao Conselho de Segurança de Israel antes de seguir para aprovação final pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Em entrevista à Fox News, o ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, declarou que Israel não pretende continuar a guerra após a assinatura do acordo.

Negociador do Hamas declara fim da guerra

Antes do anúncio, o negociador-chefe do Hamas, Khalil Al-Hayy, já havia confirmado o fim da guerra contra Israel. Na ocasião, ele afirmou que o grupo recebeu garantias dos Estados Unidos e de mediadores de países árabes para assegurar um cessar-fogo permanente.

Entenda os pontos principais do acordo de paz

O plano de paz foi apresentado no dia 29 de setembro pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e contou com mediação de Egito, Catar e Turquia. Entre os principais tópicos estão a libertação dos reféns, o recuo militar israelense em Gaza e a troca de prisioneiros palestinos.

Segundo o governo israelense, o Hamas ainda mantém 48 dos 251 reféns capturados durante o ataque de 2023. As demais vítimas foram resgatadas em acordos anteriores ou operações militares. A nova proposta prevê que o grupo liberte todos os reféns, vivos ou mortos, em até 72 horas.

Israel estima que apenas 20 dos 48 reféns ainda estejam vivos. Já a imprensa norte-americana informa que o Hamas pediu mais tempo para devolver os corpos das vítimas. O grupo argumenta não saber a localização de todos os corpos e afirma precisar realizar buscas na Faixa de Gaza.

Em contrapartida, Israel deve libertar cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo alguns com condenações de prisão perpétua.

Plano prevê fim dos bombardeios em Gaza

O plano também estabelece o fim dos ataques aéreos em Gaza. Segundo Trump, as Forças de Defesa de Israel recuarão para posições acordadas com o Hamas, mantendo presença limitada na região. Informações obtidas pela imprensa israelense indicam que a área de ocupação será reduzida de 75% para 57% nesta fase inicial.

O documento divulgado pela Casa Branca já previa uma retirada gradual das tropas. O Estado-Maior de Israel orientou suas forças a se preparar para todos os cenários, incluindo a operação de retorno dos reféns. Antes mesmo do acordo, Trump havia solicitado que Israel diminuísse as ofensivas em Gaza.

Início do cessar-fogo entre Israel e Hamas

Até o momento, não há definição sobre o momento exato em que o cessar-fogo entrará em vigor. Netanyahu informou que a votação no governo é parte de um procedimento formal, semelhante aos processos realizados nos acordos de novembro de 2023 e janeiro de 2025. Segundo a AFP, a assinatura oficial deve ocorrer às 6h desta quinta-feira (10), no horário de Brasília.

O presidente Donald Trump deve viajar para Israel nos próximos dias. Ele foi convidado para discursar no Parlamento israelense e afirmou que avalia visitar a Faixa de Gaza.

Acordo possui pontos pendentes

Apesar do anúncio, ainda existem pontos indefinidos. Não está claro se o acordo segue integralmente o plano apresentado pela Casa Branca ou se houve alterações. Trump descreveu a iniciativa como a “primeira fase” de um processo de paz, o que indica possíveis novas negociações.

Fontes israelenses afirmam que os principais impasses já foram resolvidos, mas a transição administrativa da Faixa de Gaza e o eventual desarmamento do Hamas ainda carecem de definição.

Devolução de corpos de reféns mortos

Uma das condições do acordo de paz é a entrega dos corpos de reféns mortos durante o cativeiro. Esse ponto é visto como um dos mais delicados. Relatos da imprensa indicam que o Hamas não sabe onde estão alguns corpos, o que pode atrasar a implementação.

Nesta quinta-feira, a Turquia informou a criação de uma força-tarefa internacional para auxiliar o grupo nas buscas. Até o momento, estima-se que 28 dos 48 reféns tenham morrido, e que entre seis e sete corpos permaneçam desaparecidos. O Hamas ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.