Hamas diz que concorda em transferir administração de Gaza e negociar libertação de reféns
Segundo a organização, a decisão foi tomada após consultas com lideranças, facções palestinas e mediadores regionais
Reprodução/Globonews
O Hamas anunciou, nesta sexta-feira (3), que aceita pontos centrais do plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A decisão inclui a libertação de reféns israelenses e a transferência da administração da Faixa de Gaza para uma nova autoridade palestina. O comunicado foi divulgado antes do prazo final estabelecido por Trump, que se encerraria no domingo (5), às 19h (horário de Brasília).
Segundo a organização, a decisão foi tomada após consultas com lideranças, facções palestinas e mediadores regionais. O Hamas afirmou que age “a partir da responsabilidade nacional e do compromisso com os princípios, direitos e interesses supremos do nosso povo”.
Libertação de reféns e negociações
O grupo confirmou que está disposto a libertar todos os prisioneiros de Israel, incluindo vivos e restos mortais, conforme a fórmula de troca prevista na proposta. Essa operação, de acordo com o Hamas, dependerá de condições adequadas no terreno para ser executada.
O comunicado também reforçou a disposição do movimento de abrir negociações imediatas, por meio dos mediadores, para definir os detalhes da implementação. O Hamas destacou ainda que valoriza os esforços internacionais e regionais, incluindo os de Trump, para deter a guerra contra Gaza.
Transferência da administração de Gaza
Outro ponto anunciado foi a decisão de abrir mão do controle direto de Gaza. O Hamas declarou que aceita a formação de uma Autoridade Palestina composta por membros independentes, baseada em consenso nacional e apoiada por países árabes e islâmicos.
O movimento acrescentou que outras questões sobre o futuro de Gaza e os direitos do povo palestino deverão ser tratadas em um quadro nacional abrangente, fundamentado em resoluções internacionais.
Proposta dos EUA para encerrar a guerra
A proposta apresentada pela Casa Branca detalha um caminho para encerrar o conflito em Gaza. O plano prevê que o território se torne uma zona desradicalizada, sem presença de grupos armados, com retirada gradual das forças israelenses. Em até 72 horas após a aceitação, os reféns deveriam ser libertados, enquanto agências da ONU e o Crescente Vermelho coordenariam o envio de ajuda humanitária.
Segundo o governo americano, durante esse período todas as operações militares seriam suspensas e as linhas de combate congeladas até a conclusão da retirada escalonada. O plano também prevê que Gaza seja administrada por um comitê palestino tecnocrático e apolítico, sob supervisão do Conselho de Paz, órgão internacional que será presidido por Trump ao lado de outros chefes de Estado, incluindo o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Plano estabelece governo de transição e desenvolvimento econômico
O plano também estabelece um programa de reconstrução para Gaza. Especialistas internacionais responsáveis pela modernização de cidades do Oriente Médio participariam da elaboração de projetos de infraestrutura e estímulo à economia local.
Os membros do Hamas que aceitarem coexistência pacífica e desarmamento poderão receber anistia. Já aqueles que optarem por deixar Gaza terão passagem segura para outros países. A proposta prevê ainda a criação de uma Força Internacional de Estabilização (ISF), responsável por assumir progressivamente o território entregue por Israel, sem anexação ou ocupação.
Trump e Netanyahu saem em defesa da proposta
Durante coletiva na Casa Branca, Trump afirmou que o Hamas era o único ator que ainda não havia aceitado a proposta. “Se esses países não conseguirem lidar com o Hamas, Israel terá o total apoio dos EUA para destruí-lo”, disse o presidente americano. Ele reforçou que as tropas israelenses seriam retiradas em fases e que a prioridade seria a libertação dos reféns.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, agradeceu a parceria com Trump e defendeu o plano. “Se Hamas rejeitar plano, Israel irá terminar o trabalho por conta própria”, declarou.
Trump acrescentou que vê o momento como propício para buscar coexistência pacífica, destacando que Israel já não enfrenta tantos inimigos na região. Ele afirmou ainda que a proposta é benéfica para a população de Gaza e que diversos países querem participar da implementação do acordo.
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