Hamas anuncia retirada do exército Israelense do corredor Netzarim em Gaza
Em meio à trégua frágil, movimento islamita retira tropas de região estratégica e facilita circulação de civis

O Hamas anunciou, neste domingo (9), que as forças israelenses retiraram completamente suas tropas e tanques do corredor Netzarim, na Faixa de Gaza. A medida foi confirmada por um porta-voz do Ministério do Interior em Gaza e faz parte do acordo de trégua estabelecido entre Israel e o grupo islamista. O corredor Netzarim, que atravessa a rodovia Salahadin, divide o território palestino em duas partes, norte e sul, e até agora era fortemente militarizado pelo exército israelense, dificultando o retorno de civis ao norte da região.
“As forças israelenses desmantelaram suas posições e postos militares e removeram completamente seus tanques do corredor Netzarim na rodovia Salahadin, permitindo que os veículos passassem livremente em ambas as direções”, disse o funcionário do Ministério do Interior na Faixa de Gaza.
Retirada das tropas e normalização parcial da mobilidade
A retirada das tropas israelenses foi observada por jornalistas da agência AFP, que confirmaram a ausência de forças israelenses no local. Em contraste com o cenário militarizado dos últimos meses, foi possível ver a circulação de veículos, como carros, ônibus, caminhonetes e até carroças puxadas por burros. A principal via de comunicação entre o norte e o sul da Faixa de Gaza, a rodovia Salahadin, agora está livre, permitindo o tráfego de veículos em ambas as direções.
Segundo fontes do Hamas, essa retirada é uma das condições previstas no cessar-fogo que entrou em vigor em 19 de janeiro, após mais de 15 meses de intensos confrontos entre as duas partes. A guerra começou em outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, resultando na morte de mais de 1.200 israelenses, a maioria civis. Como resposta, a ofensiva israelense deixou mais de 48.000 mortos em Gaza, em sua maioria também civis.
Desafios e expectativas em relação ao acordo de trégua
A retirada do exército de Netzarim faz parte do processo de implementação da trégua, que tem proporcionado algumas trocas significativas entre os dois lados. Uma das principais ações acordadas foi a troca de reféns, com a última ocorrida no sábado, quando três israelenses foram libertados em troca de 183 palestinos. Essa negociação continua a gerar tensões e reações fortes, como a do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que, após o ocorrido, criticou a condição em que os reféns foram encontrados, chamando os membros do Hamas de “monstros”.
A próxima fase do cessar-fogo, segundo analistas, pode trazer uma redução permanente da violência, mas o sucesso do processo depende de vários fatores, incluindo a implementação de compromissos adicionais entre Israel e o Hamas, como o avanço nas negociações sobre mais reféns.
Reações internacionais e propostas para Gaza
Em meio ao processo de cessar-fogo, novas propostas internacionais têm surgido. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou controvérsia ao sugerir que os Estados Unidos deveriam “assumir o controle” da Faixa de Gaza e deslocar seus habitantes para outros países, como Egito e Jordânia. Contudo, as propostas foram rejeitadas veementemente por ambas as nações, que se mostraram contra qualquer mudança forçada nas populações palestinas.
O Egito, por sua vez, anunciou que sediará uma cúpula árabe extraordinária no final de fevereiro, com o objetivo de discutir os “últimos acontecimentos sérios” sobre o futuro de Gaza. Além disso, o ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, viajou a Washington para realizar consultas com autoridades americanas sobre a situação na região.
Opinião de Netanyahu e perspectiva de futuro
Em entrevista à Fox News no sábado, Netanyahu elogiou a proposta de Trump, afirmando que poderia ser uma solução inovadora para o futuro de Gaza.
“Acho que a proposta do presidente Trump é a primeira ideia nova em anos e tem o potencial de mudar tudo em Gaza”, disse o primeiro-ministro.
Contudo, ele enfatizou que Israel está preparado para “fazer o trabalho” de garantir a segurança e reestruturar o território palestino, caso o plano avance. Segundo Netanyahu, as tropas israelenses não seriam necessárias para implementar o que o presidente dos Estados Unidos sugeriu.
Com a continuação da trégua, os próximos dias serão decisivos para a estabilidade da região. No entanto, o processo de paz permanece frágil, e muitos observadores aguardam as negociações de reféns e as ações militares futuras para avaliar as reais intenções de ambas as partes no longo prazo.
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