Os confrontos entre Israel e Irã ganharam novo fôlego, nesta sexta-feira (20), com bombardeios de ambos os lados, elevando a tensão no Oriente Médio. Ao longo da manhã, as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram ter conduzido uma série de ataques aéreos no território iraniano, utilizando mais de 60 aeronaves para atingir instalações ligadas à produção de mísseis. 

Os locais exatos não foram detalhados, mas incluíram, segundo o governo israelense, a sede da Organização de Inovação e Pesquisa Defensiva do Irã (SPND), uma instituição já associada por Washington a projetos de armamentos nucleares.

Ainda nesta sexta, bombardeios israelenses atingiram a cidade de Rasht, nas proximidades do Mar Cáspio. De acordo com veículos iranianos, a população foi alertada previamente sobre a necessidade de evacuar a zona industrial ao sudoeste do centro da cidade, onde se concentrariam os alvos militares.

Mísseis iranianos atingem áreas residenciais no sul de Israel

Em resposta, o Irã lançou mísseis contra o território israelense, atingindo uma área residencial no sul do país. O serviço paramédico Magen David Adom confirmou que edifícios, incluindo um de seis andares, foram danificados. Cinco pessoas ficaram feridas, com registros de hematomas, inalação de fumaça e crises de ansiedade. 

A ofensiva ocorre apenas um dia após um ataque ao Centro Médico Soroka, em Bersheba, que deixou ao menos 80 feridos entre pacientes e profissionais de saúde.

Diplomacia em Genebra tenta conter o avanço da guerra

Enquanto o confronto militar se intensifica, esforços diplomáticos seguem em paralelo. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, tem encontro agendado com líderes europeus em Genebra nesta sexta-feira, na primeira rodada de negociações presenciais desde o início da guerra. A intenção das autoridades ocidentais é abrir uma janela para o diálogo e evitar o alastramento do conflito.

Contudo, Araghchi afirmou que Teerã não aceitará conversar enquanto os ataques israelenses continuarem. A declaração compromete o avanço imediato de qualquer iniciativa pacificadora. Os Estados Unidos, por sua vez, observam atentamente a situação, e o presidente Donald Trump está em reuniões com seus conselheiros para avaliar se haverá um envolvimento militar direto ou um reforço nas sanções e medidas diplomáticas.

Repercussão internacional e risco de nova guerra regional

A troca de ataques e a destruição de alvos simbólicos, como a emissora estatal do Irã, reforçam os temores de que o conflito entre os dois países possa se transformar em uma guerra regional de grandes proporções. A comunidade internacional se divide entre condenações e apelos por moderação, enquanto aliados de ambos os lados acompanham com apreensão os desdobramentos.

Com a escalada contínua, cresce a pressão sobre líderes globais para mediar o cessar-fogo e evitar que novas ofensivas coloquem em risco não apenas a estabilidade do Oriente Médio, mas também o equilíbrio geopolítico mundial.

Bombardeio à emissora estatal iraniana amplia a dimensão do conflito

O mais simbólico dos ataques israelenses nesta semana aconteceu na segunda-feira (16), quando um bombardeio aéreo atingiu um edifício da emissora estatal iraniana em Teerã, capital do país. A explosão ocorreu no complexo da Radiodifusão da República Islâmica do Irã (IRIB), próximo ao bairro de Vali-e Asr, um dos mais movimentados da cidade. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram colunas de fumaça e a fuga de apresentadores durante uma transmissão ao vivo, que foi abruptamente interrompida.

Horas antes do ataque, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, havia feito uma ameaça direta à emissora, classificando-a como “megafone de propaganda e incitação” do regime iraniano. “Está prestes a desaparecer”, declarou Katz, acrescentando que um plano de evacuação havia sido iniciado na região.

Após a explosão, a IRIB suspendeu temporariamente sua programação e passou a exibir mensagens institucionais. A transmissão foi retomada poucas horas depois, com pronunciamentos que reforçaram a postura de resistência do governo iraniano. O âncora que reassumiu a transmissão afirmou que “a programação segue firme, apesar da agressão sionista”.