A Embaixada do Brasil em Tel Aviv iniciou o processo de identificação dos brasileiros que desejam deixar Israel devido ao recente conflito com o Irã, que teve início no dia 13 de junho. Em um alerta consular divulgado nesta sexta-feira (20), a representação diplomática afirmou que está monitorando os efeitos dos ataques de mísseis e outros projéteis lançados contra o território israelense. Para facilitar a identificação, a embaixada disponibilizou um formulário que deve ser preenchido pelos brasileiros que se encontram no país.

O comunicado da embaixada destaca: “De modo a permitir a identificação e localização atualizadas de brasileiros que se encontram em Israel e que tenham intenção de deixar o país, a embaixada solicita que seja preenchido o formulário abaixo indicado”. O formulário deve ser respondido por cada pessoa, independentemente da idade. No entanto, a embaixada também informou que ainda não há um plano para uma eventual operação de repatriação ou evacuação dos brasileiros a partir de Israel. A informação é da Agência Brasil.

Condições atuais do espaço aéreo e fronteiras

Em decorrência da situação atual, o governo israelense decidiu manter o Aeroporto Ben-Gurion e o espaço aéreo do país fechados a todos os voos, sem previsão de reabertura. A exceção se aplica apenas a voos com permissão excepcional concedida pela Autoridade de Aviação Civil de Israel (ICAA) e pelo centro de operações do aeroporto. Essa restrição torna ainda mais complicado o retorno dos brasileiros que desejam deixar o país.

O alerta consular também orienta que os brasileiros interessados em deixar Israel por meio de fronteiras terrestres devem fazê-lo utilizando seus próprios meios. Neste momento, os postos de fronteira terrestre estão operacionais, seguindo horários determinados, que podem ser consultados na página oficial que fornece informações sobre taxas de passagem e outras orientações.

A embaixada ressalta a importância de avaliar os riscos envolvidos nessa viagem, além de seguir com atenção as regras de segurança pertinentes e quaisquer exigências de visto para os países de destino. “A assistência consular possível nesses casos é limitada,” afirma o comunicado.

Situação de segurança em Israel

Na quinta-feira (18), o governo de Israel, através do Comando da Frente Interna (Homefront Command/Pikud HaOref), decidiu reduzir o nível de alerta na maior parte do país para o estado de Atividade Limitada, com validade até as 20h deste sábado (20). Essa decisão indica uma tentativa do governo de estabilizar a situação, mas também implica que os horários de funcionamento dos postos de fronteira e as restrições de segurança estão sujeitos a alterações de acordo com a evolução do cenário.

O alerta consular enfatiza: “Recomenda-se, portanto, verificar continuamente as fontes oficiais aqui indicadas antes de qualquer deslocamento”. A Embaixada do Brasil em Tel Aviv também reiterou o Alerta Consular vigente desde outubro de 2023, que recomenda evitar viagens não essenciais ao país.

Conflito em evolução entre Israel e Irã

O conflito direto entre Israel e Irã se intensificou desde o início dos ataques, já resultando em mais de 240 mortes, segundo balanços oficiais — instituições independentes indicam que o número pode ser ainda maior. As Forças Armadas de Israel informaram que a operação tem como objetivo destruir instalações nucleares iranianas, enquanto o Irã retaliou com o lançamento de mísseis em direção a cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que os ataques dos EUA terão “consequências irreparáveis”. O Irã classifica os bombardeios como “crimes de guerra” e já relatou a morte de líderes militares.

Diante da intensidade do conflito, a expectativa é que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, intervenha na situação. A administração Trump, segundo declarações da Casa Branca, deve tomar uma decisão em até duas semanas. Israel tem pressionado os EUA para que se envolvam no conflito, uma vez que apenas os americanos possuem bombas capazes de destruir os bunkers iranianos que abrigam os centros de enriquecimento de urânio.