Elon Musk descarta compra do TikTok nos EUA e critica restrições ao aplicativo

O bilionário Elon Musk declarou que não tem intenção de adquirir a operação do TikTok nos Estados Unidos, apesar das especulações em torno da plataforma de vídeos curtos. A declaração foi feita durante uma conferência realizada na Alemanha no mês passado, onde Musk participou remotamente.

“Eu não fiz uma oferta pelo TikTok e não tenho planos sobre o que faria se tivesse o TikTok”, afirmou o empresário, reforçando que não é usuário da plataforma. Ele ainda destacou sua preferência por criar empresas do zero, apesar de já ter adquirido o antigo Twitter, agora chamado de X.

As falas do CEO da Tesla e da SpaceX foram feitas durante um evento organizado por Mathias Döpfner, CEO do conglomerado de mídia Axel Springer, conforme reportado pela agência Bloomberg, no sábado (8).

O futuro incerto do TikTok nos EUA

A ByteDance, empresa chinesa proprietária do TikTok, reiterou que não pretende vender sua operação nos EUA, mas uma decisão da Suprema Corte norte-americana pode forçá-la a reconsiderar essa posição. O Congresso dos Estados Unidos aprovou uma legislação que pode levar à proibição do TikTok sob justificativa de preocupações com segurança nacional.

Defensores da liberdade de expressão têm se posicionado contra a proibição, argumentando que a lei representa uma medida drástica sem justificativa sólida. A ByteDance alega que as autoridades norte-americanas distorceram seus vínculos com o governo chinês e que os dados dos usuários nos EUA são armazenados em servidores locais operados pela Oracle. Segundo a empresa, as decisões de moderação de conteúdo para usuários norte-americanos também são feitas no país.

De acordo com a imprensa internacional, autoridades chinesas chegaram a considerar a possibilidade de permitir que Musk adquirisse a operação do TikTok nos Estados Unidos, caso a ByteDance fosse forçada a vender o aplicativo.

Trump e a mudança de postura sobre o TikTok

O ex-presidente Donald Trump, que inicialmente tentou banir o TikTok durante sua primeira gestão, mudou de posição ao perceber o impacto da plataforma entre eleitores jovens.

Em janeiro, Trump afirmou que vinha conversando com empresários sobre a possibilidade de compra do TikTok e sugeriu que um comprador deveria ceder parte da receita ao governo dos EUA. “Eu me encontrei com os donos do TikTok, os grandes donos”, declarou a jornalistas. “Então, o que estou pensando é em dizer para alguém: ‘compre e dê metade para os Estados Unidos'”.

Entre os nomes mencionados como possíveis compradores, além de Musk, estão Larry Ellison, cofundador da Oracle. Trump indicou que veria com bons olhos uma parceria entre empresários e o governo para manter o aplicativo em operação nos EUA.

Proibição e impactos

Com cerca de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, o TikTok chegou a ser retirado do ar no dia 19 de janeiro, pouco antes da entrada em vigor da lei que exige que a ByteDance venda sua operação nos EUA. No entanto, ao assumir o mandato, em 20 de janeiro, Trump assinou um decreto adiando a aplicação da lei em 75 dias.

A mudança na postura do ex-presidente gerou repercussão entre políticos e analistas, que veem a movimentação como estratégica para angariar apoio entre jovens eleitores e setores empresariais interessados na permanência do aplicativo no país.

Musk e sua influência no governo Trump

Elon Musk tem se consolidado como um dos aliados mais próximos de Trump. Em janeiro, o bilionário gastou mais de US$ 250 milhões para apoiar a campanha do republicano à reeleição. Além disso, ele foi nomeado chefe do Departamento de Eficiência Governamental na administração Trump, o que lhe dá maior influência sobre decisões econômicas e regulatórias.