Dias após trocar provocações públicas com Donald Trump, o bilionário Elon Musk apagou, neste sábado (7), uma publicação feita em sua própria rede social, o X (antigo Twitter), na qual insinuava que o ex-presidente dos Estados Unidos estaria ligado ao escândalo do empresário Jeffrey Epstein. Musk escreveu que Trump estaria “nos arquivos de Epstein” e que essa seria “a verdadeira razão” para os documentos não terem sido divulgados ao público. A informação é do Metrópoles.

Jeffrey Epstein foi um financista bilionário, acusado de tráfico internacional de menores e abuso sexual de dezenas de meninas. Ele morreu em uma prisão federal em Nova York, em 10 de agosto de 2019, em circunstâncias oficialmente registradas como suicídio. Desde então, especulações sobre uma suposta “lista de clientes” poderosos envolvidos em crimes sexuais com menores têm alimentado teorias conspiratórias nas redes sociais e em fóruns da internet.

Trump responde acusações

Em resposta à postagem e as acusações, o presidente dos EUA se manifestou sobre através da secretária de imprensa da campanha de Donald Trump, Karoline Leavitt, que classificou a atitude de Elon Musk como um “episódio lamentável”.

Até o momento, Musk não deu informações de como teria obtido as informações de que Trump estaria envolvido no esquema de Epstein. Nas redes sociais a postagem causou alvoroço entre os usuários da plataforma e reacendeu as discussões sobre o papel de redes sociais na disseminação de informações não verificadas, sobretudo quando promovidas por figuras de alta visibilidade.

Teorias da conspiração persistem, apesar da ausência de provas

Desde a morte de Epstein, circulam rumores de que ele mantinha registros detalhados de clientes e cúmplices, muitos deles supostamente homens poderosos do meio político e financeiro. No entanto, a jornalista investigativa Julie K. Brown, do jornal Miami Herald — considerada a principal repórter sobre o caso — afirmou que investigadores do FBI que atuam há décadas no caso negam a existência de qualquer “lista de clientes” nos moldes alegados nas teorias.

Brown também lembra que a simples menção do nome de uma pessoa em documentos relacionados à investigação não significa envolvimento direto com crimes ou qualquer indício de irregularidade.

Relação entre Trump e Epstein é conhecida, mas não criminosa

Donald Trump foi, de fato, amigo de Epstein entre os anos de 1990 e 2000, sendo vistos juntos em eventos sociais e festas. No entanto, essa relação foi rompida antes das acusações federais mais graves virem à tona. Durante sua campanha presidencial de 2024, Trump chegou a sugerir que poderia liberar mais documentos governamentais sobre o caso Epstein, como parte de sua retórica anticorrupção.

Em janeiro de 2024, uma juíza de Nova York retirou o sigilo sobre um processo criminal envolvendo Ghislaine Maxwell, ex-namorada e cúmplice de Epstein. Nos documentos, uma vítima da dupla teria afirmado que o empresário sugeriu ligar para o atual presidente norte-americano, durante uma viagem em 2001. Entretanto, a vítima negou saber qual seria o conteúdo da conversa entre ambos.

O caso Epstein ainda tem outros nomes citados, além de Trump, como o irmão mais novo do Rei Charles III, o príncipe Andrew, que foi acusado e processado por abusar sexualmente de uma menor. Tanto o lorde britânico, como o político norte-americano negam as acusações.