Eleição na Venezuela tem boicote, abstenção recorde e vitória esmagadora de Maduro
Baixa participação e boicote da oposição marcam votação que mantém controle chavista sobre Congresso e instituições-chave

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado pelo presidente Nicolás Maduro, garantiu uma vitória expressiva nas eleições legislativas realizadas neste domingo (25). Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a legenda governista conquistou cerca de 83% dos votos válidos, consolidando seu domínio sobre a Assembleia Nacional e, consequentemente, sobre órgãos estratégicos como o Ministério Público e o Tribunal Supremo de Justiça.
O pleito ocorreu em meio a uma forte crise política e à fragmentação da oposição, que, em grande parte, decidiu boicotar as urnas em protesto contra o que consideram um processo eleitoral fraudulento. A abstenção foi evidente em diversos centros de votação do país, refletindo a desconfiança generalizada da população sobre a lisura do processo.
O que estava em disputa
Esta foi a primeira eleição nacional desde a polêmica disputa presidencial de julho de 2024, na qual Nicolás Maduro se declarou vencedor, apesar de fortes indícios e denúncias de fraude que apontavam vitória da oposição.
No pleito deste domingo, os eleitores foram chamados a escolher:
- 285 deputados federais;
- Deputados estaduais;
- Os 24 governadores do país — incluindo, pela primeira vez, o de Essequibo, região em disputa com a Guiana.
De acordo com o CNE, aproximadamente 8,9 milhões de pessoas compareceram às urnas, número semelhante ao registrado nas eleições de 2021. Contudo, o país possui mais de 21 milhões de eleitores aptos.
Abstenção generalizada e clima de desconfiança
Ao longo do dia, jornalistas da agência AFP constataram seções eleitorais praticamente vazias em Caracas e em cidades como Maracaibo, Barinas e San Cristóbal. A cena contrastava com o cenário de filas extensas observado na eleição presidencial de 2024, quando milhares de venezuelanos aguardaram por horas para votar.
A baixa adesão reflete não só o boicote articulado por setores da oposição, mas também o descrédito crescente da população em relação ao sistema eleitoral do país.
Segurança reforçada e prisões antes da eleição
Para garantir a realização da votação, o governo venezuelano mobilizou mais de 400 mil agentes de segurança em todo o país. Além disso, determinou o fechamento de passagens fronteiriças e suspendeu voos para a Colômbia, alegando a necessidade de prevenir a entrada de “mercenários” que, segundo autoridades, planejavam desestabilizar o processo.
Nos dias que antecederam a eleição, dezenas de opositores foram detidos, incluindo Juan Pablo Guanipa, aliado próximo da líder Corina Machado. O governo os acusa de participar de um complô para sabotar as eleições. Apesar das tensões, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, afirmou que “até agora não houve nenhum incidente”.
Resultado amplia domínio chavista
Os partidos opositores que decidiram participar do pleito obtiveram resultados pífios, elegendo apenas um governador, uma queda significativa em relação aos quatro conquistados em 2021. Pesquisas prévias, como a realizada pela empresa Delphos entre 29 de abril e 4 de maio, já indicavam o cenário: apenas 15,9% dos eleitores manifestaram alta probabilidade de comparecer às urnas. Entre esses, 74,2% declararam voto no PSUV e seus aliados, enquanto 13,8% apoiariam siglas ligadas aos poucos opositores que não aderiram ao boicote.
Com a nova configuração da Assembleia Nacional, o governo de Nicolás Maduro mantém absoluto controle sobre os principais poderes da Venezuela. Esse domínio fortalece sua capacidade de nomear juízes, procuradores e membros do Conselho Nacional Eleitoral, além de dificultar qualquer tentativa de contestação institucional por parte da oposição.
Analistas alertam que o cenário tende a aprofundar o isolamento internacional do país e a fragilizar ainda mais a democracia venezuelana, já abalada por anos de denúncias de autoritarismo, perseguição a opositores e eleições marcadas por falta de transparência.
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