O presidente dos Estados Unidos Donald Trump surgiu, neste sábado (3), caracterizado como papa em uma imagem divulgada nas redes sociais. A montagem foi publicada pela conta oficial da Casa Branca e também pelo próprio Trump em sua rede social, a TruthSocial.

Na imagem, aparentemente gerada por inteligência artificial, o presidente americano aparece com trajes papais, incluindo mitra, túnica branca e um cordão dourado com cruz, sentado em uma cadeira de estrutura dourada e com o dedo indicador apontado para o céu.

A publicação surge em um momento de comoção internacional, poucos dias após a morte do Papa Francisco. A imagem foi divulgada sem qualquer legenda ou explicação adicional pelo perfil oficial da Casa Branca no X (antigo Twitter), o que ampliou a repercussão do conteúdo. A postagem gerou reações diversas nas redes, sendo interpretada tanto como sátira quanto como uma tentativa de autopromoção.

Nos comentários, internautas apontaram que a publicação foi desrespeitosa e inoportuna. “Você é o anticristo e nem sequer é católico“, comentou um. “Esta imagem não é engraçada. Não é sátira. E não é inofensiva. Donald Trump vestido como o Papa é um visual intencional criado para projetar divindade, autoridade moral e poder absoluto. É a estética de um homem que não quer liderar uma democracia. Ele quer ser venerado“, disse outra.

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Trump ironiza sucessão papal

A imagem faz referência a uma declaração recente do ex-presidente americano. Em tom de brincadeira, Trump comentou na última terça-feira (30) que gostaria de ser o próximo papa.

“Eu seria minha escolha número 1“, disse a jornalistas. Apesar da ironia, afirmou não ter preferência. “Temos um cardeal de um lugar chamado Nova York que é muito bom. Vamos ver o que acontece”, completou.

Embora Trump tenha citado o cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova York, como um nome de destaque, ele não está entre os favoritos. Um dos nomes americanos mencionados como possível candidato ao papado é o cardeal Joseph Tobin, arcebispo de Newark, em Nova Jersey. Até hoje, nenhum pontífice veio dos Estados Unidos.

Conclave começará nos próximos dias

A publicação ocorre às vésperas do início do Conclave no Vaticano, marcado para quarta-feira (7), quando 133 cardeais se reunirão na Capela Sistina para escolher o novo líder da Igreja Católica. O processo é cercado de expectativa e tradições milenares, com atenção mundial voltada para Roma.

O Conclave é a assembleia dos cardeais eleitores da Igreja Católica que tem como objetivo eleger um novo papa. Essa reunião histórica ocorre após a morte ou renúncia do pontífice e é marcada por rituais rígidos, silêncio absoluto e muita tradição. A escolha do novo líder da Igreja deve acontecer entre 15 e 20 dias após a morte do papa, a fim de garantir a presença de todos os cardeais com direito a voto.

Durante o processo, somente os cardeais com menos de 80 anos até a data da morte do papa podem votar — e também podem ser votados, desde que não votem em si mesmos. Para que um candidato seja eleito, é necessário o apoio de dois terços dos votantes.

O primeiro dia do Conclave começa com a missa “Pro Eligendo Papa”, realizada na Basílica de São Pedro, em Roma. Após a cerimônia, os cardeais seguem para a Casa Santa Marta e, em seguida, podem se dirigir à Capela Sistina, onde ocorrem as votações.

Antes do início da eleição, o mestre das celebrações litúrgicas pronuncia “extra omnes”, expressão em latim que significa “todos fora”, pedindo que apenas os cardeais eleitores permaneçam na capela. É neste momento que se inicia oficialmente o sigilo que rege o Conclave.

O funeral do Papa Francisco contou com a presença de diversas autoridades internacionais, incluindo o atual presidente dos Estados Unidos e a ex-primeira-dama Melania Trump. A participação no evento reforçou a atenção da mídia global em torno da sucessão papal e das movimentações políticas no Vaticano.