A brasileira Juliana Marins, de 27 anos, foi encontrada morta, nesta terça-feira (24), após sofrer uma queda em uma trilha nas proximidades do Monte Rinjani, um dos vulcões mais altos da Indonésia, localizado na ilha de Lombok. A jovem, natural de Niterói, no Rio de Janeiro, estava desaparecida desde a madrugada do último sábado (21), quando caiu de um penhasco enquanto subia a montanha em um trajeto conhecido por sua beleza, mas também por seus riscos elevados.

Juliana estava em uma expedição com outros seis turistas, acompanhados por dois guias locais. Por volta das 4h da manhã, horário local — ainda noite de sexta-feira (20) no Brasil — ela teria perdido o equilíbrio e caído em uma área de difícil acesso, o que comprometeu a agilidade do resgate.

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Resgate foi dificultado por condições adversas

As buscas mobilizaram alpinistas experientes, autoridades locais e apoio do governo brasileiro por meio do Ministério das Relações Exteriores. O embaixador do Brasil na Indonésia chegou a contatar diretamente a Agência Nacional de Combate a Desastres do país asiático, enquanto dois servidores da embaixada foram deslocados até Lombok para acompanhar os trabalhos.

Durante os quase quatro dias de buscas, familiares e amigos de Juliana denunciaram a falta de informações claras e confiáveis sobre o andamento das operações. Circulavam rumores de que ela teria sido localizada com vida e recebido alimentos e água, o que acabou sendo desmentido posteriormente. A confirmação da morte da jovem foi feita pela própria família por meio das redes sociais, com uma grande comoção entre internautas, políticos e celebridades que vinham acompanhando o caso.

Uma trajetória marcada pela criatividade e pela busca por experiências

Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juliana Marins era reconhecida no mercado de comunicação por sua criatividade e proatividade. Atuou em grandes canais como o Off e o Multishow, onde trabalhou com produção de conteúdo e influenciadores digitais. Em seu perfil no LinkedIn, colegas e ex-superiores destacavam sua dedicação, sensibilidade com os talentos e liderança em projetos criativos.

Além da vida profissional, Juliana cultivava hobbies ligados ao movimento e à expressão corporal. Praticava natação, era dançarina de pole dance e, sobretudo, apaixonada por viagens. Em fevereiro, decidiu embarcar em um mochilão solo pela Ásia, passando por países como Filipinas, Vietnã e Tailândia, antes de chegar à Indonésia. A experiência era compartilhada com seus mais de 84 mil seguidores no Instagram, onde publicava fotos e reflexões sobre sua jornada pessoal.

O corpo de Juliana deverá ser trasladado ao Brasil com apoio do Itamaraty. A família ainda não divulgou informações sobre velório e sepultamento. Nas redes sociais, amigos lamentaram a perda e prestaram homenagens à jovem que, em suas próprias palavras, buscava viver intensamente e com liberdade.

Relato emocional nas redes sociais revela intensidade da viagem

A última publicação de Juliana foi feita em 10 de junho e reúne imagens suas em meio à natureza indonésia. Em outra postagem, datada de 29 de maio, ela revelou os altos e baixos emocionais da viagem. “Minhas emoções esse mês foram como as curvas de Ha Giang”, escreveu, referindo-se a uma estrada montanhosa no Vietnã. Ela descreveu momentos de ansiedade seguidos por experiências transformadoras, concluindo com a frase: “Nunca me senti tão viva”.

Rota turística é marcada por paisagens deslumbrantes e histórico de acidentes

O Monte Rinjani, com seus 3.726 metros de altitude, é o segundo vulcão mais alto da Indonésia e faz parte do chamado “anel de fogo do Pacífico”, área de grande atividade sísmica. A trilha até o cume, embora popular entre aventureiros, é considerada perigosa por suas subidas íngremes, penhascos estreitos e clima instável. Mesmo com a beleza exuberante da cratera e do lago ao redor, a região já registrou vários acidentes fatais envolvendo turistas mal preparados ou surpreendidos por mudanças repentinas no tempo.

Juliana caiu em um trecho remoto da trilha, situado a cerca de quatro horas de distância do centro urbano mais próximo. O parque onde ocorreu o acidente possui mais de 41 mil hectares de área protegida e exige preparo físico e orientação especializada dos visitantes.