Celibato, união homoafetiva e aborto: veja o que pensam principais cotados ao papado
Dez cardeais estão entre favoritos à sucessão de Francisco e revelam visões distintas sobre mudanças na doutrina e no papel da Igreja no mundo atual

À medida que cresce a expectativa por uma possível sucessão no comando da Igreja Católica, aumenta também a curiosidade sobre os cardeais considerados papáveis. Embora a escolha de um novo papa possa surpreender como ocorreu em 2013 com Jorge Mario Bergoglio, dez nomes surgem como favoritos, com chances reais de elevação ao cargo mais alto do Vaticano.
Com base em entrevistas, pronunciamentos e análises especializadas, é possível traçar o perfil e as posições desses cardeais em relação a temas delicados como aborto, comunhão para divorciados, bênção para casais do mesmo sexo, ordenação de mulheres, celibato opcional, imigração e liturgia em latim. O Vaticano anunciou, na manhã desta segunda-feira (28), que o Conclave para a eleição do novo papa começará no próximo dia 7 de maio. As informações são do G1.
O que realmente pesa na escolha do novo papa
Na opinião de Francisco Borba Ribeiro Neto, sociólogo especialista em religião e ex-coordenador do departamento de fé e cultura da PUC-SP, existem dois grupos principais no processo de escolha do próximo papa. “Um grupo vai querer radicalizar e acelerar as propostas de Francisco, enquanto outro desejará um retrocesso do que foi decidido pelo último papa. Mas esses extremos não têm força para decidir o resultado. São grupos minoritários”, disse Francisco.
Além das questões ideológicas, outros aspectos tendem a ser mais prioritários, como a abertura a riscos, a espiritualidade e a transparência. Cardeais mais prudentes, que busquem a continuidade ao pontificado de Francisco, provavelmente terão mais chances de sucesso. Quanto à espiritualidade, os especialistas apontam que os candidatos mais espiritualizados, em vez de “mundanos”, terão um desempenho mais favorável no conclave. Em relação à transparência, é esperado que o próximo papa defenda decisões mais claras e abertas dentro da Igreja.
Há uma tendência de valorização de aspectos como:
- Espiritualidade e discrição
- Capacidade de diálogo com diferentes realidades
- Abertura à continuidade de reformas de Francisco
- Postura prudente diante de mudanças
O colégio cardinalício atual é mais diverso geograficamente do que em 2013, com maior presença de cardeais da África, Ásia e América Latina. Mesmo assim, a Europa ainda tem protagonismo, especialmente com figuras de países como Itália, França e Espanha.
O que defendem principais papáveis?
A seguir, veja os dez cardeais mais cotados e suas posições em temas-chave para o futuro da Igreja:
1. Jean-Marc Aveline (França)
- Contra a bênção a casais do mesmo sexo
- Compara o aborto a crimes graves, como o tráfico de drogas
- Não se posicionou sobre celibato, ordenação feminina ou imigrantes
2. Peter Erdő (Hungria)
- Contra a comunhão para divorciados recasados
- Contra a bênção para casais homoafetivos
- Aborto é visto como erro, mas defende acolhimento a mulheres arrependidas
- Não se manifesta sobre celibato ou mulheres no clero
3. Mario Grech (Malta)
- A favor da bênção a casais do mesmo sexo
- Defende o debate sobre ordenação de mulheres e diaconato feminino
- Não há posicionamento claro sobre aborto ou celibato
4. Juan José Omella (Espanha)
- A favor da comunhão para divorciados
- Neutro sobre bênçãos a casais homoafetivos
- Defende acolhimento pastoral a fiéis em situações complexas
- Não aborda diretamente temas como celibato ou ordenação feminina
5. Pietro Parolin (Itália)
- Adota postura diplomática e evita polêmicas
- Participou da implementação da comunhão para divorciados na América Latina
- Considera a bênção a casais do mesmo sexo um tema “sensível”
- Defende atenção aos “sinais dos tempos”, sem romper com a tradição
6. Luis Antonio Tagle (Filipinas)
- Próximo de movimentos LGBTQIAP+, mas não se manifestou sobre bênção a casais
- Comparou aborto a homicídio
- Participou de estudos sobre ordenação feminina, sem declarações públicas
- Postura reservada sobre temas divisivos
7. Joseph Tobin (EUA)
- Defensor da causa migratória
- A favor da bênção a casais homoafetivos
- Defende maior participação e ordenação de mulheres
- Neutro sobre comunhão para divorciados
- Atua com enfoque pastoral e inclusivo
8. Peter Turkson (Gana)
- A favor do celibato opcional em regiões com escassez de padres
- Considera que negar ordenação feminina não é discriminação
- Não comenta a decisão sobre casais homoafetivos após a mudança de 2023
- Destaca atuação humanitária e inter-religiosa
9. Matteo Maria Zuppi (Itália)
- A favor da bênção a casais do mesmo sexo
- Apoiador da comunhão a divorciados recasados
- Crítico da ala ultraconservadora
- Defensor dos direitos dos imigrantes
- Adota tom moderado, mas alinhado ao pontificado de Francisco
10. Pierbattista Pizzaballa (Jerusalém)
- Foco no diálogo inter-religioso entre judeus e árabes
- Estimulou o aprendizado de idiomas locais entre religiosos
- Não há declarações públicas sobre aborto, bênçãos ou ordenação de mulheres
- Atua como mediador entre comunidades em conflito
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