Ataque israelense atinge acampamento e deixa seis pessoas mortas em Gaza

Um ataque israelense na Faixa de Gaza matou ao menos seis pessoas, incluindo duas crianças pequenas, que estavam abrigadas em um acampamento para deslocados pelo conflito. O episódio ocorreu, neste domingo (1º), na área de Muwasi, que abriga milhares de pessoas deslocadas e também deixou feridos a mãe e um dos irmãos das vítimas, segundo o Hospital Nasser. Os corpos foram vistos por um repórter da Associated Press.

Outro ataque, na cidade de Rafah, próxima à fronteira com o Egito, matou quatro homens, de acordo com registros hospitalares. O Exército israelense afirmou não ter conhecimento sobre os bombardeios. Israel sustenta que seus ataques têm como alvo o Hamas, mas bombardeios frequentes têm resultado na morte de mulheres e crianças.

Críticas

O ex-ministro da Defesa de Israel Moshe Yaalon acusou o governo de extrema-direita de Binyamin Netanyahu de realizar limpeza étnica no norte de Gaza, onde áreas como Beit Hanoun, Beit Lahiya e o campo de refugiados de Jabaliya estão isoladas e com acesso limitado a ajuda humanitária. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 75 mil pessoas permanecem na região sob grave vulnerabilidade.

Em entrevista neste último sábado (30), Yaalon declarou que o governo israelense está promovendo “crimes de guerra” e busca “ocupar, anexar e realizar uma limpeza étnica”. O partido Likud, liderado por Netanyahu, rebateu as declarações, chamando-as de “falsas” e alegando que elas favorecem os inimigos de Israel no cenário internacional.

A guerra, iniciada após o ataque do Hamas em 7 de outubro, já resultou em 44 mil mortes entre palestinos, sendo a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Israel afirma ter eliminado 17 mil terroristas, mas não apresentou evidências concretas. A situação segue sob investigações da Corte Internacional de Justiça e do Tribunal Penal Internacional, com denúncias de genocídio e crimes contra a humanidade.