O Brasil viveu uma manhã amarga, nesta terça-feira (14), em Tóquio. Em um amistoso preparatório para a Copa do Mundo de 2026, a seleção brasileira perdeu de virada para o Japão por 3 a 2, após abrir dois gols de vantagem ainda no primeiro tempo. A derrota, inédita na história do confronto entre as seleções, foi marcada por falhas defensivas, especialmente do zagueiro Fabrício Bruno, e por um apagão coletivo na etapa final.

Os gols brasileiros foram anotados por Paulo Henrique, que marcou em sua estreia como titular, e Gabriel Martinelli. Já os japoneses reagiram com Takumi Minamino, Keito Nakamura e Ayase Ueda, que decretaram a virada histórica diante de mais de 44 mil torcedores no Estádio Nacional de Tóquio.

Primeiro tempo de controle e eficiência

Mesmo com oito mudanças na escalação em relação à goleada sobre a Coreia do Sul na semana anterior, o Brasil teve bom desempenho na etapa inicial. Carlo Ancelotti manteve apenas Vini Jr., Casemiro e Bruno Guimarães entre os titulares e utilizou o amistoso como um teste para novas peças.

O início foi equilibrado, com o Japão explorando os contra-ataques e a marcação alta. Aos 21 minutos, Ueda quase abriu o placar após desvio de Minamino, assustando o goleiro Hugo Souza. A resposta brasileira veio logo depois, em uma jogada de manual: Bruno Guimarães tabelou com Lucas Paquetá e encontrou Paulo Henrique, que invadiu a área e tocou na saída do goleiro japonês para fazer 1 a 0.

Pouco tempo depois, aos 31 minutos, Paquetá deu uma assistência de cavadinha para Gabriel Martinelli ampliar, em um lance de categoria. O Brasil terminou o primeiro tempo controlando as ações, com boa movimentação ofensiva e segurança na defesa.

Falhas e desorganização resultam em virada japonesa

A solidez mostrada nos 45 minutos iniciais desapareceu assim que o árbitro apitou o reinício da partida. O Japão voltou mais agressivo e encontrou brechas na defesa brasileira, especialmente após a saída de Bruno Guimarães, que deu equilíbrio ao meio-campo.

O início do colapso aconteceu aos seis minutos, quando Fabrício Bruno errou um passe na saída de bola dentro da área, entregando de presente para Minamino descontar. O gol animou o time da casa, que passou a pressionar e dominar o jogo.

Dez minutos depois, o zagueiro do Cruzeiro voltou a ser protagonista de forma negativa. Nakamura chutou cruzado e Fabrício Bruno desviou contra o próprio gol, deixando tudo igual. A virada veio aos 25 minutos, em cobrança de escanteio de Ito, quando Ueda subiu mais alto que Beraldo e cabeceou no canto, sem chances para Hugo Souza.

O Brasil, desorganizado e sem poder de reação, foi facilmente envolvido pelos japoneses. As tentativas de Ancelotti de reorganizar o time com substituições não surtiram efeito. O apagão defensivo culminou na primeira derrota da seleção brasileira para o Japão em 14 confrontos, quebrando uma invencibilidade histórica de 11 vitórias e dois empates.

Repercussão e críticas ao desempenho defensivo

As falhas de Fabrício Bruno repercutiram imediatamente nas redes sociais, gerando revolta entre torcedores. Muitos internautas criticaram a postura do jogador e a instabilidade da defesa brasileira, que até então havia sofrido apenas um gol sob o comando de Carlo Ancelotti — na derrota por 1 a 0 para a Bolívia, pelas Eliminatórias.

Além de expor fragilidades defensivas, a partida reacendeu o debate sobre a dependência da Seleção de seus titulares. Com uma formação alternativa, o time perdeu intensidade e controle na etapa final, o que preocupou a comissão técnica diante da proximidade da Copa de 2026.

Próximos desafios e expectativa por recuperação

Com o revés em Tóquio, o Brasil encerrou a Data Fifa de outubro com uma vitória e uma derrota. A seleção voltará a campo, em novembro, quando enfrentará Senegal, em Londres, e Tunísia, em Paris. O primeiro duelo será realizado no Emirates Stadium, casa do Arsenal, e o segundo no Stade de France.

Carlo Ancelotti, que utilizou os amistosos para avaliar o elenco, terá novas oportunidades para corrigir falhas e definir a base da equipe que disputará a Copa de 2026. A derrota para o Japão, entretanto, serve de alerta: mesmo em partidas amistosas, lapsos de concentração e erros individuais podem custar caro — e manchar uma história de invencibilidade que parecia consolidada.