Para superar a falta de candidaturas fortes em algumas capitais, o Partido dos Trabalhadores (PT) tem investindo em campanhas de cidades grandes do interior de estados como Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina. A estratégia seria focar em municípios com mais de 100 mil habitantes para minimizar possíveis derrotas de candidatos próprios e aliados. As informações são do Jornal O Globo.
Na Bahia, o PT almeja vitórias em seis das dez maiores cidades: Feira de Santana (616 mil habitantes), Vitória da Conquista (370 mil habitantes), Camaçari (370 mil habitantes), Lauro de Freitas (203 mil habitantes), Ilhéus (178 mil habitantes) e Barreiras (159 mil habitantes). Parte da estratégia é destacar o governador Jerônimo Rodrigues (PT), aprovado por 63% da população, segundo pesquisa Quaest de agosto, e evidenciar que a aliança com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode beneficiar os municípios.
No entanto, essa abordagem ainda não tem sido suficiente para mudar a situação em Salvador, onde o cenário é desafiador para o PT entre as capitais nordestinas. O PT está representado na chapa de Geraldo Junior (MDB) com a vice Fabya Reis (PT). Eles iniciaram a campanha diante da possibilidade de reeleição do atual prefeito Bruno Reis (União Brasil) no primeiro turno.
Como mostrado pelo Portal M!, a pesquisa Quaest informou ontem (27), as intenções de voto dos candidatos à Prefeitura de Salvador. Em primeiro lugar, aparece o candidato à reeleição, Bruno Reis (União Brasil), com 66%. Em seguida, Geraldo Júnior (MDB) conta com 9% e Kleber Rosa (PSOL) com 4%. Reis conta com o apoio do ex-prefeito e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, que lidera o grupo político que governa Salvador há 12 anos.
Um dos locais de foco do partido está na segunda maior cidade da Bahia, Feira de Santana, onde o deputado Zé Neto enfrenta o ex-prefeito José Ronaldo (União Brasil). É a sexta tentativa do parlamentar para comandar a cidade. Em 2020, o petista venceu no primeiro turno, mas perdeu no segundo.
“Temos uma disputa muito acirrada e polarizada, mas o cenário agora é melhor, com sentimento de mudança mais latente. Nós perdemos muitas cidades grandes em 2020 e agora estamos tentando reconquistá-las, buscando nos fortalecermos com alinhamento com Lula e Jerônimo”, afirmou o candidato.
Partido busca melhorar visibilidade
Mesmo que o PT não vença essas disputas, o partido acredita que manter a militância ativa ajudará a dar visibilidade a candidatos locais e a defender o governo Lula pelo interior do país. Segundo o coordenador do Grupo de Trabalho de Eleição do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), eleger prefeitos em cidades médias e grandes pode influenciar positivamente cidades menores da região.
“São municípios populosos com muitos eleitores, onde a extrema-direita se fortaleceu muito nas eleições recentes. E obviamente que ter um governo do PT outra vez nessas cidades, que na maior parte já foram governadas por nós e tiveram bom desempenho nas prefeituras, representa uma mudança significativa”, avaliou.
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