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Eleição em SP: debate na Record teve segurança máxima, Marçal isolado, Tabata assertiva e dobradinhas contra Nunes e Boulos

Eleição em SP: debate na Record teve segurança máxima, Marçal isolado, Tabata assertiva e dobradinhas contra Nunes e Boulos
Embate também se destacou por ser o primeiro da disputa a não conceder sequer um dos 11 direitos de resposta solicitados

Os seis candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto se reuniram, neste sábado (28), durante o 9º debate da corrida pela Prefeitura de São Paulo. Desta vez, todos os olhos estavam voltados para os estúdios da TV Record, na Barra Funda, bairro da Zona Oeste da capital paulista. Compareceram o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo). Cobrindo o novo encontro, o Portal M! também estava presente na sede da emissora.

De forma geral, o debate se destacou por ser o primeiro da disputa a não conceder sequer um direito de resposta, solicitado por todos os seis participantes. Com avaliações quase que imediatas, a comissão formada por advogados e jornalistas da Record negou um total de 11 solicitações sob o argumento de que a ferramenta apenas poderia ser utilizada em caso de ofensa pessoal; o que, pelo entendimento da emissora, não ocorreu.

Com regras severas, o programa também teve apenas uma advertência proferida pelo mediador Eduardo Ribeiro: Pablo Marçal foi repreendido ao chamar Guilherme Boulos de “Boules” e perdeu 30 segundos do tempo de suas considerações finais.

Nas avaliações de todas as seis campanhas, o nível do debate “subiu bastante” se comparado aos oito que o antecederam – dentre os quais os da TV Cultura e do Grupo Flow, onde se viu a fatídica cadeirada e um soco no rosto de um marqueteiro, respectivamente.

Jornalistas e assessores são revistados

Mas, antes mesmo do início do programa, o que chamou a atenção foi o rigor da segurança na chegada tanto da imprensa quanto das equipes de cada campanha. À exceção dos candidatos, todos passaram por uma meticulosa abordagem realizada pelos seguranças da televisão, que utilizaram detector de metais e revistaram mochilas e equipamentos.

Para além disso, a Record decidiu por elevar ainda mais o número de medidas para coibir novos episódios de violência. O acesso ao estúdio de debate foi restrito ao máximo possível, cadeiras foram soldadas ao chão, copos de vidro foram substituídos por de acrílico e uma equipe de cerca de 30 seguranças foi mobilizada. Assessores foram proibidos de filmar qualquer bastidor, sob pena de que o tempo de seus candidatos fosse reduzido; os membros das equipes foram monitorados por uma câmera a todo tempo.

O que ficou muito visível, portanto, é que a tensão e o receio de mais uma escalada nas agressões que vêm marcando o pleito paulistano foram o grande plano de fundo do novo encontro.

Pablo Marçal fica mais uma vez escanteado e mira Nunes

Em questão de estratégia, os postulantes à prefeitura da maior cidade do país voltaram a adotar a posição de evitar o empresário Pablo Marçal a todo custo. O ex-coach é visto como “radioativo”, uma vez que ficou conhecido por aproveitar qualquer oportunidade que lhe é dada para distribuir acusações à torta e à direita. O candidato do PRTB só teve a oportunidade de ser perguntado no fim do primeiro e segundo blocos – quando não havia mais opções.

Por outro lado, percebe-se que Marçal, em dobradinha com Marina Helena, passou a ter especialmente Nunes em sua mira; o candidato à reeleição lidera as principais pesquisas de intenção de voto.

Em sua vez de formular uma pergunta, o empresário voltou a questionar o prefeito sobre algumas de suas principais fraquezas. O ex-coach pediu que Nunes desse explicações sobre seu suposto envolvimento em um esquema de desvio de verbas de creches municipais. Desde que o caso veio à tona, o prefeito vem negando qualquer ligação à fraude.

“Não quero ser injusto com você, como eu estou acompanhando o caso bem próximo, mas existe lá pagamento no seu nome, no nome de familiares. Queria que você desse uma explicação. Ninguém tá criticando a prefeitura, nós estamos mostrando a pessoa que toca a prefeitura”, disse Marçal.

Ignorando a pergunta, Ricardo Nunes rebateu ao citar o envolvimento do empresário com uma quadrilha cibernética que aplicava golpes em idosos. “Olha, Pablo Henrique, quem fugiu da polícia foi você. Fugiu pela sua condenação por ter integrado uma das maiores quadrilhas desse país para poder roubar dinheiro de pessoas humildes pela internet (…) Você tem esse hábito, está bem conhecido por ser um mentiroso contumaz”, afirmou o prefeito.

Tabata alega incoerência de Boulos

Tabata Amaral surpreendeu ao disparar contra Guilherme Boulos e confrontá-lo a respeito de mudanças nas posições do candidato do PSOL sobre temas sensíveis e caros aos partidos de esquerda.

“Você abriu mão de posicionamentos históricos. Você dizia que era a favor da descriminalização das drogas, agora é contra. Nessa semana, você mudou de posição em relação à Venezuela e diz que é uma ditadura. Mas o seu partido mantém as mesmas posturas”, sinalizou.

Boulos afirmou que a fala da deputada “não procede com a verdade” e se esquivou do assunto, tergiversando. “Quando você se torna prefeito de uma cidade do tamanho de São Paulo, você não governa apenas para seu partido, você governa para a cidade inteira”, disse, antes de passar a enaltecer os feitos de sua candidata à vice-prefeita, Marta Suplicy (PT), quando à frente da cidade entre 2001 e 2005.

Coincidência ou não, Ricardo Nunes também recorreu, por seguidas vezes durante o debate, à opção de simplesmente ignorar perguntas e provocações. Isto convencionalmente é feito pelos candidatos líderes nas intenções de voto como forma de blindagem – como é o caso de Boulos e do atual prefeito, que vislumbram um confronto direto em um eventual segundo turno.

Debates na Folha/UOL e na TV Globo

Nesta reta final, os próximos debates entre os postulantes à Prefeitura de São Paulo serão promovidos nesta próxima segunda-feira (30), às 10h, pelo jornal Folha de São Paulo e UOL, e em 3 de outubro, quando os candidatos se encontram na TV Globo, às 22h.

*Matheus Pastori, colaboração de São Paulo para o Portal M!

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