Éden Valadares minimiza avanço do grupo liderado por ACM Neto nas grandes cidades baianas
Declarações ocorrem após oposição ao governo da Bahia vencer 22 das 30 maiores cidades do Estado
O presidente estadual do PT, Éden Valadares, minimizou, nesta quinta-feira (10), o resultado das eleições municipais na Bahia, onde o grupo oposicionista, liderado pelo ex-prefeito ACM Neto (atual vice-presidente do União Brasil) conquistou 22 das 30 maiores cidades, estratégia que o fortalece para 2026. De acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), esses centros urbanos possuem mais de 4,5 milhões de eleitores, representando cerca de 40% do eleitorado baiano, e eram prioridade do PT desde o início da campanha.
“A tática deles com relação à Região Metropolitana é a mesma de 2022, está evidente. O que a turma de ACM Neto e [ex-presidente Jair] Bolsonaro aposta? Ganhar bem as eleições nas grandes cidades para tentar fazer os 50% mais um que precisa no Estado. O que é que nós apostamos? Melhorar o nosso desempenho nessas grandes cidades e garantir o apoio que nós temos nas pequenas e médias cidades para [presidente] Lula e [governador] Jerônimo. Em 2026, eles vão tentar avançar sobre as pequenas e médias e nós, sobre as grandes”, destacou o petista durante entrevista na TV Band Bahia.
Os dois partidos ampliaram sua presença no Estado: o PT, que havia vencido em 32 municípios em 2020, agora governa 49 cidades. Já o UB aumentou seu número de prefeituras, passando de 37 para 39, mas com destaque para os maiores colégios eleitorais. Dos 15 maiores municípios baianos, a legenda de Neto conquistou oito prefeituras, entre elas Salvador (1º maior colégio eleitoral), Feira de Santana (2º), Vitória da Conquista (3º, mas sub judice), Lauro de Freitas (5º), Ilhéus (8º), Barreiras, Teixeira de Freitas e Simões Filho. O destaque vai para Lauro, onde a vereadora Débora Régis desbancou o secretário estadual Antonio Rosalvo (PT), apoiado pela prefeita Moema Gramacho (PT), quebrando um ciclo do PT à frente do 5º maior colégio eleitoral da Bahia.
Foco no 2º turno
Mesmo com a derrota em várias cidades de grande porte, o PT ainda tem chances de virar o jogo em Camaçari, onde Luiz Caetano (PT), ex-prefeito por três mandatos, disputa o 2º turno contra o vereador Flávio Matos (União Brasil), atual presidente da Câmara Municipal.
Vitória da Conquista também é outra cidade de destaque na disputa. A vitória de Sheila Lemos (União Brasil), que obteve 58,83% dos votos no primeiro turno, ainda depende de um julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ser confirmada. O segundo lugar ficou com o deputado federal Waldenor Pereira (PT), que somou 26,74% dos votos. Caso a Justiça valide o resultado, o União Brasil poderá aumentar sua presença nas maiores cidades da Bahia.
Pequenos e médios municípios
Apesar da derrota acachapante do grupo na disputa pela Prefeitura de Salvador, a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT), formada por dez partidos – PT, PCdoB, PV, PSD, Avante, MDB, PSB, Podemos, Solidariedade e Agir – elegeu 309 prefeitos, contra 107 da oposição.
Valadares enfatizou o crescimento do PT em cidades menores, reforçando que o partido mantém seu apoio em áreas onde tem tradicionalmente forte presença. “O PT cresceu 15% no número de votos gerais e teve mais de 1,2 milhão de votos para prefeito na Bahia, mesmo sem uma candidatura em Salvador. Se tivéssemos candidato na capital, certamente alcançaríamos 1,5 milhão de votos”, comentou.
Desafios e expectativas para 2026
Valadares também fez questão de lembrar as dificuldades enfrentadas pelo PT nas eleições municipais de 2016 e 2020, que marcaram um dos períodos mais desafiadores para o partido no estado. No entanto, o dirigente vê com otimismo o futuro da legenda, que além de 49 prefeitos, também 65 vices e 422 vereadores em todo o Estado.
“Já caímos para 32 prefeituras, mas agora subimos para 49. Isso demonstra que estamos recuperando nossa força e presença nos municípios”, concluiu.
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