Debate entre Caetano e Flávio é marcado por ataques, acusações e pedidos de direito de respostas, menos propostas para Camaçari
Candidatos a prefeito disputam 2º turno no quarto maior colégio eleitoral da Bahia no próximo domingo

O debate entre o ex-prefeito Luiz Caetano (PT) e o vereador Flávio Matos (União Brasil) realizado, na manhã desta sexta-feira (25), foi marcado por ataques, acusações e inúmeros pedidos de respostas, menos propostas para Camaçari. Os dois candidatos a prefeito disputam, no próximo domingo (27), o 2º turno no quarto maior colégio eleitoral da Bahia.
A troca de acusações e pedidos de direito de respostas aconteceram durante todo o programa do G1 e Rede Bahia. Enquanto Flávio Matos chamava o petista de “desequilibrado” e relembrava a prisão do ex-prefeito com “dinheiro na caixa de sapato”, Caetano chamou o vereador de “mentiroso” e atrelava, a todo momento, ser “capacho” do atual prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil) e possuir ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Flávio, Caetano “envergonhou” a cidade por seus crimes de corrupção. “O senhor foi preso em rede nacional. Está gravado, tem vídeo de o senhor algemado, escondendo as algemas com casaco. O povo de Camaçari lembra bem desse episódio triste que nos envergonhou nacionalmente. O senhor vem com fofocas, está despreparado, desequilibrado. O senhor não representa o que o povo precisa”, declarou.
Os ataques não pararam por aí, Caetano chamou Flávio Matos de “homofóbico”, “candidato conhecido como da gasolina” (pelos altos gastos na campanha), o acusou de ter “funcionários fantasmas” e ressaltou que antes o vereador o elogiava e o chamava de “tio Caetano”.
“A meu respeito, ele me elogiava, elogiava minha gestão, ainda me chamava de tio Caetano. […] Como é que você gastou R$ 1 milhão de gasolina no primeiro turno? Ficou conhecido nacionalmente como candidato gasolina. Dá pra você fazer várias voltas ao planeta com essa gasolina que você gastou”, declarou.
Em contrapartida, Flávio disse que o petista é “covarde”, fez acordo com a criminalidade e “alianças escusas” com o poder paralelo em Camaçari, tentou oprimir os eleitores e impedir a entrada de seus apoiadores nas comunidades. Além de solicitar, por vários momentos, explicações sobre a origem do “dinheiro na caixa do sapato”, assunto que o petista não respondeu, dizendo que era notícia velha e já havia sido inocentado pela Polícia Federal.
Ligação com facções criminosas
Um dos principais tópicos dos ataques, vindos dos dois lados, foi a ligação com as organizações criminosas de Camaçari. De um lado, Flávio Matos disparava contra a relação de seu adversário. Do outro, Luiz Caetano dizia que, ao lado de Elinaldo, o vereador foi responsável por criar um sistema de agiotagem no “gabinete do ódio”.
De acordo com Flávio, não conseguiu nem fazer campanha no bairro de Monte Gordo. Isso porque, segundo ele, o crime organizado apoiado por Caetano, não o deixava andar nas ruas. “O senhor anda nas ruas, de cabeça erguida, até nas comunidades mais simples, porque o senhor se associou ao crime organizado. O senhor é uma vergonha, se reinventou para o mal. O seu passado, candidato, é de corrupção, de abandono”, voltou a declarar.
Em réplica, o ex-prefeito de Camaçari afirmou que o grupo político adversário não conseguia entrar em Monte Gordo em função do abandono ao centro comercial e não por sua ligação com as facções criminosas. “Sabe por que você não entra em Monte Gordo? Porque vocês quebraram os feirantes de Monte Gordo. Agora botou uma ‘borra’ de asfalto lá para tentar enganar o povo. Eu tive uma das maiores vitórias do primeiro turno em Monte Gordo. Vocês tentaram comprar voto e não deu certo”, rebateu.
Sobre os ataques de ligação com o crime organizado, Caetano ainda disse que o prefeito Elinaldo é quem tem associação a crimes. “Quem tem ligação com o crime em Camaçari, de fato, é quem tem um bigodinho e veste camisa azul igual a você. Vocês montam lá o gabinete do ódio, na Câmara e na Prefeitura, e o gabinete da agiotagem em Camaçari”, disparou.
2º turno em Camaçari
O 2º turno de Camaçari vive um cenário conturbado atualmente, somando a forte polarização de cada grupo política com os recentes ataques de cada coligação. No momento, a cidade da RMS conta com a corrida eleitoral mais acirrada da Bahia e um dos cenários políticos mais disputados do Brasil. Pela primeira vez na história, a definição do novo prefeito de Camaçari será no 2º turno, no próximo domingo (27), já que o município chegou à marca de 300 mil habitantes.
No 1º turno, Caetano liderou a apuração com 49,52% (77.926) dos votos e Flávio ficou em segundo lugar com um percentual de 49,17% (77.367). De um lado, Luiz Caetano tenta o seu 4º mandato à frente do Executivo municipal, já que governou o município em 1985-1988, 2005-2009 e 2009-2012. Do outro, Flávio Matos quer dar continuidade ao trabalho realizado pelo prefeito reeleito Elinaldo Araújo (UB) nos últimos 8 anos.
Rodrigo Fernandes
Raiane Veríssimo
Raiane Veríssimo, jornalista mineira, com 22 anos de experiência. Especialista em comunicação e mídias sociais, com atuação em jornal, site, rádio, TV e campanhas políticas estaduais e nacionais.
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