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Bom desempenho nas urnas pode consolidar Bruno Reis como grande liderança estadual, dizem analistas

Bom desempenho nas eleições pode consolidar Bruno Reis como grande liderança a nível estadual, avalia cientista político
Ao Portal M!, cientistas políticos também avaliaram o possível impacto do resultado em Salvador no pleito de 2026

A mais recente pesquisa Quaest, divulgada em 17 de setembro, colocou o prefeito e candidato à reeleição, Bruno Reis (União Brasil) com 74% das intenções de voto, enquanto seus principais adversários, Geraldo Júnior (MDB) e Kleber Rosa (PSOL), apareceram com 6% e 4%, respectivamente. O Portal M! ouviu especialistas para entender como o eventual resultado positivo a favor de Bruno pode fortalecê-lo politicamente em um possível segundo mandato.

De acordo com o cientista político Cláudio André de Souza, a larga vantagem estabelecida pelo candidato à reeleição nas pesquisas pode ter como principal fator a avaliação positiva do seu governo, que pode contribuir com uma possível vitória no primeiro turno.

“Ele chega como um dos prefeitos que podem ser mais bem votados no Brasil, eleito no primeiro turno. Ele chega com muita força, inclusive se consolidando como a segunda principal liderança do União Brasil na Bahia – me refiro à liderança eleitoral. Neste sentido, ele, a partir dessa vitória que tudo indica que terá, deve se consolidar como essa grande liderança que já era, mas que vai se colocar agora num horizonte estadualizado. Tudo isso vai reforçar o seu cacife, com certeza”, apontou.

Cientista político Cláudio André de Souza | Foto: Instagram/@prof.claudioandre

O também cientista político Jorge Almeida avalia que um resultado positivo já no primeiro turno, repetindo outras eleições em Salvador, pode não apenas fortalecer Bruno Reis, mas também o ex-prefeito e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto. “Não só ele como administrador, mas também a ACM Neto como seu principal cabo eleitoral, vamos dizer assim”, afirmou.

Sobre a última pesquisa, o especialista enfatizou que não apenas foi mostrada uma alta intenção de votos para Bruno, como também a baixíssima adesão à candidatura de Geraldo Júnior, do MDB, que tem apoio do governo estadual e utiliza a imagem do presidente Lula (PT).

“[Lula] sempre foi um cabo eleitoral muito forte aqui em Salvador. Geraldo está com 6% das intenções, enquanto Kleber tem uma candidatura sem nenhuma máquina estatal e com um recurso muito baixo, com 4%, dentro de uma situação de empate técnico”, avaliou.

Dentro deste cenário, Jorge Almeida pontuou, ainda, que a candidatura psolista poderia ter “avançado mais”, desde que tivesse adotado uma campanha mais “incisiva de diferenciação em relação ao governo estadual”.

“Se tivesse feito isso, poderia estar também numa situação melhor do que está. E esse aspecto, eu acho, tem deixado, digamos assim, na mão de Bruno Reis, não somente uma afirmação da propaganda do tipo ‘fez e vai fazer mais’, que é a ênfase da linha da campanha, como também da própria crítica ao governo estadual, de que existe uma insatisfação”, observou.

Ele também lembrou do cenário visto nas eleições em 2022, quando ACM Neto (UB) obteve 1.013.094 votos (64,51% do total da cidade) contra os 557.418 votos (35,49%) do governador Jerônimo Rodrigues (PT). “O que mostra isso? É que essa insatisfação está sendo capitalizada apenas por um outro partido de direita. Então, a candidatura de Kleber, como a candidatura de esquerda, não está capitalizando também essa situação”, pontuou.

Resultado pode influenciar em 2026?

Questionado se o resultado das eleições municipais pode influenciar o cenário em 2026, quando ocorrerão as eleições gerais para governadores, deputados estaduais e federais, senadores e presidência da República, Jorge Almeida ressaltou que pode haver um impacto, mas não de forma “automática”, já que os pleitos possuem “dinâmicas diferentes”.

“Nós temos visto que, aqui na Bahia, tem dinâmica diferente na eleição para governador, para presidente da República e para prefeito, não só de Salvador, como de algumas outras cidades também. Então, as dinâmicas não são automáticas, é preciso ver o resultado da eleição de Salvador, o resultado das outras cidades, maiores e menores, e ver como serão as composições políticas que virão”, alertou.

Cientista político Jorge Almeida | Foto: Divulgação

Entre os fatores a serem considerados para 2026, Jorge Almeida ressaltou que, além dos resultados das eleições municipais e das composições políticas, deve ser considerado o posicionamento de algumas forças políticas.

“Como é o caso de Geraldo e Geddel Vera Lima, que uma eleição estão de um lado, e na outra, a gente não sabe de que lado vão estar. A mesma coisa que aconteceu com [João] Leão na eleição passada, que até as vésperas das eleições estava com Jerônimo, e mudou para o lado de ACM Neto, e ninguém sabe onde é que estará na próxima eleição”.

Além do quadro de ‘flutuação’, o cientista político também lembrou que a eleição geral de 2026 conta com uma influência maior do próprio presidente Lula.

“Existe essa flutuação de um conjunto de políticos, que têm uma ação não só pragmática, diria oportunista no processo eleitoral, de atender a situação estadual, a situação nacional, porque a eleição estadual é vinculada à eleição nacional. Então, neste sentido, a importância é o peso simbólico que Lula tem na Bahia, e pesa mais do que na eleição para prefeitura, que é desvinculada. É um apoio, mas que não tem uma vinculação direta na hora de votar”, enfatizou.

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