Uma pesquisa do Observatório da Violência Política e Eleitoral (OVPE) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) revelou que, entre janeiro e 16 de setembro de 2024, foram registrados 455 casos de violência contra lideranças políticas no Brasil. As informações foram divulgadas pela GloboNews e demonstram um cenário preocupante à medida que o pleito se aproxima.
O Estado de São Paulo lidera o número de casos, com 29 ocorrências, seguido pelo Rio de Janeiro, com 20, e o Piauí, que contabilizou 14. Os Estados do Ceará e da Bahia registraram 13 casos cada, enquanto a Paraíba reportou 12. Esses dados evidenciam uma distribuição geográfica significativa da violência política no país.
Segundo a pesquisa, os casos de violência aumentaram ao longo do ano. Entre janeiro e março, foram documentadas 68 denúncias. No segundo trimestre, entre maio e junho, esse número saltou para 155, e no último trimestre, de julho a setembro, alcançou 232 casos. Esse aumento ressalta a escalada de tensões políticas em período eleitoral.
Entre julho e 16 de setembro, foram computados 173 casos de violência, dos quais 94 foram considerados violência física, incluindo 15 homicídios. Além disso, foram registrados 49 casos de violência psicológica, 19 de violência econômica e 11 de violência simbólica. Os dados indicam uma preocupação com a segurança dos candidatos e das lideranças políticas.
Pedro Bahia, pesquisador da OVPE, afirmou à GloboNews que os números já são superiores aos das eleições de 2020 e 2022. Ele comentou sobre a expectativa de que esses índices continuem crescendo à medida que se aproxima o dia das eleições. “Estamos no momento eleitoral mais crítico, que são os dias anteriores ao pleito de fato, em que a opinião pública está mais acirrada e os candidatos aparecem mais em público para fazer comícios e outros atos de campanha, estando mais expostos fisicamente”, explicou o pesquisador.
Diante desse cenário, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, solicitou que a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e os tribunais regionais eleitorais intensifiquem o combate à violência nas eleições. Ela enfatizou a necessidade de priorizar as investigações e julgamentos desses casos. “Casos de violência da mais variada deformação que se vem repetindo nesse processo eleitoral afrontam até mesmo a nobilíssima atividade da política, tão necessária. Política não é violência, é a superação da violência”, destacou a ministra, ressaltando a importância de um ambiente político seguro.
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