Semana da Mãe Preta celebra 50 anos do Ilê Aiyê com oficinas e rodas de conversa

Evento em homenagem a Mãe Hilda acontece entre 25 e 28 de setembro, na Senzala do Barro Preto (Curuzu) e na Casa Rosa (Rio Vermelho)

Iago Bacelar 17/09/2024 18:02 • Cultura

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Semana da Mãe Preta celebra 50 anos do Ilê Aiyê com oficinas e rodas de conversa -

Muito antes do feminismo negro ganhar destaque no Brasil, a força feminina do Ilê Aiyê já impactava vidas. Mãe Hilda Jitolu (1923-2009), matriarca do bloco, foi pioneira ao abrir as portas do terreiro Ilê Acé Jitolu para crianças, proporcionando uma educação afrocentrada. Essa iniciativa serviu como base para a criação da Escola Mãe Hilda. Em homenagem ao seu legado, o Ilê Aiyê realiza, em setembro, a Semana da Mãe Preta, que neste ano terá uma programação especial em comemoração ao cinquentenário do bloco.

A programação, que acontecerá entre 25 e 28 de setembro, inclui oficinas artísticas na Senzala do Barro Preto (Curuzu) e rodas de conversa na Casa Rosa (Rio Vermelho). As oficinas são voltadas para Dança Afro (25), Percussão (26) e Composição Musical (27). Já no último dia, sábado (28), as atividades são dedicadas às crianças, com contação de histórias e uma oficina de percussão infantil, proporcionando cultura e diversão aos pequenos. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo formulário online. Cada oficina tem o limite de 20 vagas.

Ensinamentos de Mãe Hilda

A Casa Rosa, no Rio Vermelho, será palco de apresentações artísticas e debates nos dias 25 e 26 de setembro. No primeiro dia, o tema abordado será “Memórias, Histórias e Legados de Mãe Hilda Jitolu”, com a participação de Florentina Souza, professora e doutora em Letras, e Valéria Lima, mestra e diretora do Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu. A abertura será feita pela jornalista Val Benvindo, com mediação da antropóloga Cleidiana Ramos.

Já no segundo dia, a roda de conversa terá como tema “As lições que Mãe Hilda ensinou: Educação, Resistência e Liberdade”. O encontro contará com a educadora e ativista Lindinalva Barbosa e Ana Célia da Silva, doutora em Estudos Africanos e fundadora do Movimento Negro Unificado Bahia (MNU-Ba). A mediação será de Maria Luísa Passos, escritora e educadora do Instituto Iceafro. As rodas têm capacidade para 90 pessoas.

Legado de protagonismo

O destaque especial vai para as netas de Mãe Hilda, Val Benvindo e Valéria Lima, que continuam o trabalho de liderança e empoderamento iniciado pela matriarca. Ambas desempenham papéis de relevância na preservação e na difusão do legado do Ilê Aiyê, fortalecendo a luta por igualdade racial e protagonismo feminino.