O cantor e sanfoneiro Wanderley do Nordeste, de 52 anos, morreu na sexta-feira (16), após passar mal na zona rural de Andorinha, no norte da Bahia. O artista foi socorrido e levado ao Hospital Municipal da cidade, onde chegou a ser intubado e aguardava transferência para uma unidade em Juazeiro, mas não resistiu. As informações são do Correio.

Problemas renais e histórico de câncer marcaram últimos anos

Em comunicado publicado no Instagram, a filha do músico revelou que o pai já enfrentava problemas renais, além de outras complicações de saúde, mas não havia compartilhado com a família detalhes sobre o agravamento do quadro clínico. Segundo ela, Wanderley chegou a buscar atendimento médico em outras ocasiões, mas não informou sobre a gravidade da situação.

Em 2016, ele foi diagnosticado com um tumor no intestino e passou por sessões de quimioterapia e cirurgias. Após o tratamento, retornou aos palcos conciliando apresentações de forró tradicional com eventos católicos, demonstrando uma forte ligação com a musicalidade religiosa.

Velório e sepultamento

O velório do músico foi realizado na Fazenda Baraúnas, na zona rural de Andorinha. Já o sepultamento ocorreu às 16h deste sábado (17), no povoado de Santa Rosa de Lima, localizado em Jaguarari, município vizinho à sua cidade natal.

Com mais de 30 anos de carreira, o sanfoneiro se consolidou como uma das vozes do forró baiano e deixou um legado artístico e social no interior do estado. Ele deixa dois filhos, que comunicaram oficialmente o falecimento.

“Meu pai estava doente há algum tempo. Ele tinha problemas renais e outras doenças, mas não chegou a contar pra gente que a situação estava tão grave”, disse a filha do artista nas redes sociais.

Músico começou a carreira em Juazeiro e gravou oito CDs e um DVD

Wanderley aprendeu a tocar sanfona aos 12 anos, influenciado pelo pai, José Berlamino. Ele iniciou a carreira profissional em 1996, após se mudar para Juazeiro, cidade onde consolidou sua trajetória na música nordestina.

Ao longo de mais de três décadas de carreira, Wanderley gravou oito CDs e um DVD, levando o forró para diversas regiões do estado e se tornando um nome conhecido no Vale do São Francisco. Seu trabalho era caracterizado pela valorização da musicalidade regional, e sua presença era constante em festas populares, eventos religiosos e ações sociais.

Engajamento em ações sociais marcou trajetória do sanfoneiro

Wanderley do Nordeste também ficou conhecido pelo engajamento em projetos sociais, especialmente na área da saúde. O artista atuava em unidades hospitalares do Vale do São Francisco, oferecendo música e conforto a pacientes e profissionais da saúde.

Entre as instituições beneficiadas por sua atuação estão a Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e Infância (Apami) e o Hospital Dom Tomás (HDT), ambos localizados em Petrolina e referência no tratamento contra o câncer.

A presença do músico em hospitais e unidades de acolhimento era motivada pela vontade de retribuir o cuidado que recebeu durante seu próprio tratamento. Ele costumava visitar os locais levando sua sanfona e promovendo momentos de cultura e acolhimento.