A oficina de Direção Cinematográfica, parte do programa municipal SalCine, reuniu cerca de 40 alunos na manhã desta segunda-feira (16), na Sala Makota Valdina, na sede da Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult), no Comércio. As aulas ocorrem também nesta terça-feira (17) e quarta-feira (18), das 9h30 às 13h30.

Público-alvo e objetivo da oficina

Exclusiva para pessoas negras com 18 anos ou mais, a oficina reserva vagas para LGBTs e pessoas com deficiência (PCDs). A atividade é a sexta de um ciclo promovido pela Casa de Cinema Negro Baiano Chica Xavier.

Ampliação de vozes no audiovisual

O diretor e roteirista Marcos Alexandre, responsável pela oficina, explicou que o objetivo é ampliar a presença de pessoas negras no mercado audiovisual de Salvador.

“Este é um curso que encerra um ciclo de seis oficinas feitas pela Casa de Cinema Negro Baiano Chica Xavier, que foram pensadas para buscar um horizonte possível dentro do audiovisual feito na Bahia e na cidade de Salvador. Dessa forma, será possível aperfeiçoar esse cinema de acesso de uma forma mais plural”, apontou.

Capacitação gratuita para o setor cultural

A coordenadora de formação do SalCine, Laís Motta, afirmou que a iniciativa busca preencher lacunas no setor audiovisual de Salvador. “Hoje há muitos profissionais na área, mas falta essa capacitação”, avaliou.

Em função deste quadro, Motta enfatizou que o SalCine tem promovido, de forma gratuita, uma “formação continuada” para o setor. “Que vem com curso de extensão e oficinas, preenchendo essa lacuna de fomentar o audiovisual em Salvador, impulsionando essas pessoas para o mercado de trabalho”, disse.

Demanda alta entre os interessados

Segundo Laís, a ampla procura — como no caso da oficina de Produção Executiva, cuja relação atingiu 20 candidatos por vaga — demonstra a carência por essa formação profissional. “A intenção é que os participantes saiam capacitados não apenas para trabalhar aqui na cidade, como em todo o Brasil e o mundo também. Tivemos a medida do quanto a população está carente desses cursos, visto que a procura pela oficina de Produção Executiva, por exemplo, teve procura de 20 por 1. Então, é possível perceber que são tão concorridos quanto a graduação em grandes faculdades”, avaliou.

Depoimentos refletem impacto da iniciativa

De acordo com a editora e videomaker com cinco anos de atuação, Natália de Jesus, é “extremamente relevante” encontrar este tipo de iniciativa. “Especialmente, de forma gratuita, visto que são cursos caros e raros. É muito importante para quem já atua na área, poder adquirir ainda mais conhecimento”.

Já Alice Brás, que atua há quase dez anos, lembrou a importância da acessibilidade. “É algo que está se construindo a partir de uma base muito forte. Todos da comunidade negra de cinema temos muita admiração. São cursos geralmente muito caros e inviáveis para todos que realmente desejam a formação e a evolução pessoal e profissional”, explicou.

Formação em diversas áreas

Além da Direção, o ciclo do SalCine incluiu oficinas de Roteiro Serializado, Produção Executiva, Maquinário, Elétrica, Montagem e Edição. As próximas oportunidades serão divulgadas no site oficial.