O filme brasileiro O Agente Secreto foi exibido neste domingo (18) no Festival de Cannes, na França. A sessão contou com a presença de diretores, produtores, atores e representantes da indústria audiovisual nacional, e terminou com aplausos de pé por 15 minutos. O longa, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura, está entre as 21 produções que concorrem à Palma de Ouro, principal premiação do festival internacional.

Logo após a exibição, parte do elenco se reuniu em abraços no palco e o diretor Kleber Mendonça Filho fez um agradecimento ao público e à equipe do filme. Ele destacou a importância do trabalho coletivo e a emoção de apresentar a produção na mostra competitiva do festival.

“Agradeço a toda a equipe que faz esse filme. Tem uma pequena parte dessa equipe da qual me sinto muito honrado em ter vocês aqui, porque foi uma grande experiência ter feito O Agente Secreto. Queria agradecer a todos os atores e a toda a equipe técnica. Também estou feliz de estar aqui hoje. Muito obrigado”, disse Mendonça.

Filme narra deslocamento de professor durante a repressão militar

Com roteiro centrado em um personagem que enfrenta repressões históricas, O Agente Secreto acompanha a trajetória de um professor que decide deixar São Paulo rumo ao Recife durante o período da Ditadura Militar no Brasil. A mudança representa uma tentativa de reconstruir sua vida em meio ao cenário político autoritário da época. O enredo traz elementos da memória política brasileira por meio da vivência do protagonista.

Delegação brasileira participa de Cannes com apoio institucional

O lançamento de O Agente Secreto em Cannes acontece no contexto em que o Brasil é o país homenageado da 78ª edição do festival. A escolha reconhece a relevância da produção nacional e celebra a criatividade, a diversidade e a força do audiovisual brasileiro no cenário internacional.

Representando o governo brasileiro, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, participa do Marché du Film 2025, maior mercado de cinema do mundo. O evento ocorre paralelamente à programação principal do festival, com mostras exclusivas voltadas a profissionais do setor. Menezes também deve se reunir com a ministra da Cultura da França, Rachida Dati, em uma agenda voltada ao fortalecimento de parcerias culturais entre os países.

Além da ministra, a delegação brasileira é composta por 65 agentes da cadeia produtiva do audiovisual, incluindo cineastas, produtores e representantes de instituições públicas e privadas. A participação brasileira no evento conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), do Instituto Guimarães Rosa (IGR), da Embaixada do Brasil em Paris e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Produção é exibida com frevo e cultura pernambucana no tapete vermelho

Antes da exibição do longa, os integrantes da equipe brasileira chegaram à sala de cinema sob o som de frevo tocado pela Orquestra Popular do Recife, que também esteve presente na França para participar da homenagem. O momento reforçou a identidade cultural do filme e destacou a origem do diretor, natural de Pernambuco, além de apresentar ao público internacional a riqueza das manifestações musicais brasileiras.

Durante a semana, o espaço reservado ao Brasil contará com mostras de filmes em fase de finalização, rodadas de negócios, eventos de networking e painéis dedicados às coproduções internacionais. A expectativa do Ministério da Cultura é de que a presença brasileira impulsione novas parcerias comerciais e culturais.

Segundo a pasta, a nomeação do Brasil como país de honra “é uma oportunidade única de expandir nossas conexões, fortalecer diálogos e mostrar ao mundo a diversidade e a criatividade do cinema brasileiro”. A programação continua até o dia 24 de maio, quando será anunciado o vencedor da Palma de Ouro.

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