O músico, compositor e produtor musical Mauro Motta morreu no sábado (26), aos 77 anos, em Guapimirim, município localizado na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela prefeita da cidade, Marina Rocha, por meio das redes sociais. A causa da morte não foi divulgada até o momento pelas autoridades locais ou pela família.

Em mensagem pública, a prefeita lamentou a perda e destacou a trajetória do artista. Marina Rocha afirmou que “Mauro foi um grande homem. Produtor musical de renome internacional, trabalhou com Raul Seixas, Roberto Carlos e outros grandes nomes da música brasileira. Venceu o Grammy 2 vezes, o maior prêmio da música. Mauro Motta deixa um legado enorme. Que Deus conforte os corações de familiares e amigos”.

Formação musical e primeiros passos na carreira

Nascido no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1948, Mauro da Motta Lemos iniciou sua formação musical ainda na infância. Incentivado pela mãe, ele começou a estudar piano aos cinco anos de idade, dando início a uma trajetória que mais tarde se consolidaria no cenário nacional.

Durante a década de 1960, Motta começou a atuar profissionalmente em grupos de baile, ambiente que o conectou à cena musical da época. Seu talento levou-o a integrar duas bandas que se tornaram símbolos da Jovem Guarda: o Blue Jeans e, em seguida, Renato e Seus Blue Caps.

Essas experiências no início da carreira foram fundamentais para o desenvolvimento de seu estilo e para a construção de seu reconhecimento como músico.

Parceria com Raul Seixas e composições de destaque

A amizade com Raul Seixas teve início em 1968, período em que o cantor ainda atuava como vocalista do grupo Panteras e exercia a função de diretor artístico na gravadora CBS. A aproximação profissional entre os dois rendeu frutos importantes para a música brasileira.

Entre as composições realizadas em parceria, estão “Doce, doce amor”, gravada por Jerry Adriani em 1973, e “Ainda queima a esperança”, registrada pela cantora Diana. Ambas as canções alcançaram destaque e ajudaram a consolidar o nome de Mauro Motta como compositor voltado para a música popular romântica, com incursões também no rock brasileiro.

Produção musical e trabalhos com Roberto Carlos

A relação profissional entre Mauro Motta e Roberto Carlos também foi significativa para a história da música brasileira. Roberto Carlos gravou diversas músicas compostas por Motta, como “Nosso Amor” e “Eu Me Vi Tão Só”, estas em parceria com Eduardo Ribeiro. Outro sucesso registrado foi “Como Eu Te Amo”, composta com Carlos Colla.

Entre 1984 e 1996, Motta assinou a produção de todos os álbuns lançados por Roberto Carlos no Brasil, consolidando uma das fases mais produtivas da carreira do cantor. Nesse período, o trabalho do produtor foi essencial para a definição dos arranjos e do estilo musical que caracterizaram as gravações do artista.

Antes dessa longa colaboração, Motta já havia participado de outras produções relevantes, como os hits da cantora Claudia Telles. Ao lado de Robson Jorge e Lincoln Olivetti, ele contribuiu para a criação de dois dos maiores sucessos da artista: “Fim de Tarde” (1976) e “Eu Preciso Te Esquecer” (1977).

Legado e impacto de Mauro Motta

Ao longo de sua carreira, Mauro Motta acumulou prêmios e reconhecimento, incluindo duas vitórias no Grammy, principal premiação da música internacional. Seu trabalho abrangeu diferentes estilos e fases da música popular brasileira, consolidando-o como um dos grandes produtores do país.

A influência de Motta pode ser percebida na obra de diversos artistas com quem trabalhou, e seu legado permanece vivo através das canções e álbuns que ajudou a construir. Sua morte representa uma perda para a cultura musical brasileira, que ainda reverbera a importância de sua contribuição.