Funarte lança projeto Curto Circuito para impulsionar arte e cultura no verão de Salvador

A Fundação Nacional de Artes (Funarte) apresenta nesta terça-feira (10) o lançamento do projeto Curto Circuito, em parceria com a Prefeitura de Salvador. A iniciativa, que será executada durante o verão nos espaços municipais da capital baiana, promete movimentar a cena cultural local com ações voltadas para a difusão artística e a valorização de talentos.

Segundo Maria Marighella, presidente da Fundação, o Curto Circuito é um projeto de programação artística que abrangerá diversos territórios de Salvador, como os espaços culturais Boca de Brás e Barroquinha 360. “Essa programação foi construída por meio de um edital público, com artistas e projetos selecionados. O circuito acontecerá em dezembro, janeiro e fevereiro, reforçando a presença da Funarte na Bahia e sua parceria com instituições locais”, destacou.

A presidente da Funarte também enfatizou o simbolismo da iniciativa. “Estar aqui, numa cidade tão importante para as artes do país, representa uma alegria enorme. Esse programa fortalece o Sistema Nacional de Cultura, unindo esforços entre a Política Nacional de Cultura Viva e as ações institucionais da Funarte”, afirmou Maria, reforçando que a ação integra as estratégias do órgão para descentralizar o acesso às artes no Brasil.

Cultura como direito

Além do projeto, ela ressaltou o momento favorável para a cultura no país, com destaque para a construção de 12 novos equipamentos culturais em Salvador, voltados principalmente para museus. “Esses espaços são infraestruturas essenciais para transformar a cultura em direito. Cultura é qualidade de vida, é aquilo que nos confere humanidade e identidade. Por meio dela, geramos emprego, renda, cidadania e desenvolvimento”, disse.

O Curto Circuito recebeu um investimento aproximado de R$ 512 mil, conforme detalhado por Maria. Esses recursos serão aplicados na realização de atividades artísticas e de circulação nos equipamentos culturais do município, fortalecendo a integração entre governo federal, estadual e municipal.

“Quando as políticas estão fortalecidas e existe uma articulação institucional entre as esferas, a cultura deixa de ser apenas um valor simbólico e se torna uma política pública efetiva”, explicou.

Outro destaque das ações da Funarte em Salvador é o programa piloto de mediação artística e cultural, realizado em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). A iniciativa contempla mestres da cultura popular, como Jorge Silva, que atua como artista residente no espaço cultural 360, desenvolvendo atividades com estudantes de escolas públicas. “Estamos pensando na presença do artista na escola em tempo integral, promovendo inclusão e cidadania por meio da arte”, afirmou Maria.

Mestres das artes e fortalecimento da cultura popular

A presidente também mencionou o reconhecimento de mestres baianos pela Funarte, como Dona Dalva e Zé Diabo, além do próprio Jorge Silva, um ícone da dança brasileira. “Esses mestres são premiados pela Funarte e representam a riqueza da cultura local. É fundamental valorizarmos essas figuras e aproximá-las das comunidades”, disse.

Para Maria Marighella, a cultura não é apenas um meio de expressão, mas um direito essencial para o desenvolvimento social e humano. “A arte e a cultura são componentes fundamentais das relações humanas e políticas. Elas nos conectam, geram identidade e transformam vidas. É isso que buscamos com cada ação”, finalizou.

Rede Música Brasil de volta

Já entre os dias 11 a 14 de dezembro, a Funarte retoma a Rede Música Brasil, instância de debates que reúne entidades, associações e movimentos com o intuito de colaborar na construção de políticas setoriais da música em âmbito nacional. A iniciativa acontece no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo, no município do Crato, na região do Cariri, Ceará.

“A música do Brasil é uma riqueza imensa e coletiva. Como toda riqueza, precisa de proteção e distribuição. E precisamos tratar a música considerando o tamanho que ela tem. Neste momento, a Funarte retoma a Rede Música Brasil, uma rede criada em 2009, que recupera a sua força de reorganização e articula as instituições de representação dos diversos setores da música, sociedade civil, poder público no que pode ser o início da construção do sistema da música em nosso país” , destacou a presidenta da Funarte, Maria Marighella.

O encontro da Rede Música Brasil será um fórum de debates sobre o setor musical que reunirá associações, coletivos e movimentos para a retomada de discussões relevantes para a rede produtiva da música, com vistas à construção de uma política pública de forma participativa.

Temas como o futuro da música no país e políticas públicas para a área serão discutidos no encontro. Destacam-se as questões relacionadas ao financiamento público, à regulação do ambiente digital e à difusão nacional e internacional da música brasileira.