Fernanda Torres é ovacionada em programa americano e exalta ‘força’ de Eunice Paiva
Primeira brasileira a conquistar um Globo de Ouro, atriz também compartilhou expectativas em relação a possíveis indicações ao Oscar
Instagram/@oficialfernandatorres
A atriz Fernanda Torres, primeira brasileira a conquistar um Globo de Ouro, foi a entrevistada do programa norte-americano Jimmy Kimmel Live! exibido nesta sexta-feira (17). Durante a conversa, ela comentou sobre a vitória na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama com o longa ‘Ainda Estou Aqui’, dirigido por Walter Salles. Fernanda também compartilhou expectativas em relação a possíveis indicações ao Oscar.
Viagem inesperada e participação no programa
A atriz revelou que precisou mudar sua agenda devido aos incêndios em Los Angeles, o que a obrigou a viajar para Nova York logo após o Globo de Ouro. “Depois eles me disseram: ‘Fernanda, o Kimmel… ainda tem a quinta-feira. Mas você vai precisar voltar de Nova York para LA'”. Sobre a viagem de ida e volta, ela comentou: “Sério? Cinco horas e depois mais cinco horas?”. Fernanda, contudo, decidiu participar após ouvir: “Fernanda, é a chance de uma vida inteira!”.
O programa, exibido pela rede ABC, não foi transmitido ao vivo no Brasil. Apesar disso, fãs brasileiros compartilharam trechos da entrevista, que foi ao ar às 23h35 no horário local (1h35 no horário de Brasília), em plataformas digitais.
Inicialmente, a participação no programa estava marcada para 6 de janeiro, mas precisou ser adiada devido aos incêndios na Califórnia. Agora, Fernanda segue em campanha de divulgação internacional do longa, que narra a história de Eunice Paiva (1929–2018). Eunice, após o desaparecimento e assassinato do marido Rubens Paiva (1929–1971) durante a ditadura militar brasileira, criou sozinha seus cinco filhos e se tornou advogada de direitos humanos.
No início da entrevista, Fernanda descreveu os desafios enfrentados após vencer o Globo de Ouro, incluindo a necessidade de sair de Los Angeles às pressas devido aos incêndios florestais. “A gente foi embora e eu não tive tempo de entregar o prêmio, que é muito pesado, pro produtor que ia voltar pro Brasil, agora eu estou carregando ela comigo e você pode matar alguém com ele”, disse a atriz.
Perrengue no aeroporto
Fernanda revelou que carrega o prêmio na mala de mão por orientação de colegas, para evitar problemas no transporte aéreo e relatou uma experiência inusitada ao passar pela segurança no aeroporto: “Eu estava carregando o prêmio na minha bolsa indo para Nova York e o cara da TSA [agência de segurança dos aeroportos americanos] olhou e disse: ‘O que você tem aqui?’ e eu disse: ‘Bem, é um Globo de Ouro’“.
A situação se tornou ainda mais curiosa quando o agente reagiu ao prêmio. “Ele disse: ‘Posso ver que é um Globo de Ouro. Mas pelo quê? Como você conseguiu isso?’ E eu disse: ‘Ganhei o prêmio de melhor atriz de drama’, e então ele me disse: ‘Parabéns. Você pode ir’. E, para terminar, ele me disse: ‘Eu trabalhei no ramo, mas tive que deixá-lo para minha sanidade’ e ele escolheu ser um cara da TSA”.
Reencontro com o Brasil e Família
Ao ser questionada sobre sua volta ao Brasil, Fernanda brincou que está com receio. “Eu preciso descansar. Você é a última tarefa, porque se eu consegui vir aqui, eu consigo ir a qualquer lugar”, disse ao apresentador.
A atriz também destacou o carinho de sua mãe, Fernanda Montenegro, sobre a conquista no Globo de Ouro:
“Ela disse algo lindo depois da premiação. Ela estava sendo entrevistada e disse ao jornalista: ‘Sabe, tenho 95 anos e vivi para ver isso’. É lindo”, relatou.
A conversa também abordou a relação de Fernanda com sua família. Ela falou sobre seu único irmão, Cláudio, de forma descontraída. “Ele é o único são da família. Ele tentou escapar [de ser artista], mas não conseguiu e se tornou diretor”, comentou, arrancando risadas da plateia.
Força de Eunice Paiva
Fernanda dedicou grande parte da entrevista a falar sobre o filme ‘Ainda Estou Aqui’. Segundo a atriz, o sucesso do longa está diretamente ligado à força da personagem que interpreta, Eunice Paiva. “Tudo o que está acontecendo com esse filme, até mesmo meu prêmio, acho que devemos a essa mulher incrível chamada Eunice Paiva, que perdeu o marido durante a Guerra Fria, porque a ditadura no Brasil fazia parte da Guerra Fria”, explicou.
Eunice Paiva foi esposa do deputado Rubens Paiva, preso e morto pelos militares em 1971, durante a Ditadura Militar no Brasil. O desaparecimento do marido levou Eunice a criar sozinha os cinco filhos e transformar sua trajetória ao se tornar advogada e defensora dos direitos humanos.
O longa, que já rendeu a Fernanda o primeiro Globo de Ouro para uma brasileira, segue como forte candidato a indicações no Oscar. Além disso, o impacto cultural do filme tem gerado grande repercussão, colocando a trajetória de Eunice Paiva no centro de debates sobre direitos humanos e o período da ditadura no Brasil.
Confira a entrevista de Fernanda Torres na íntegra:
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