A diversidade tomará conta, no próximo dia 31 de maio, da Praça da Cruz Caída, no Pelourinho, com a realização da sexta edição da Feira Trans Mix & Naobin, que promove arte, cultura e empreendedorismo social por meio de uma ampla programação gratuita. A feira reunirá 14 expositores LGBTRANS+ e dez atrações artísticas, em um espaço pensado para valorizar identidades trans, travestis, não binárias e demais expressões da comunidade LGBTQIAPN+.

Com curadoria comprometida com a representatividade, o evento propõe o fortalecimento da economia criativa e da cultura periférica. Moda autoral, beleza, literatura, gastronomia e serviços integram a oferta dos expositores, todos selecionados por meio de chamada pública.

Cultura e resistência ocupam espaço simbólico da cidade

A feira retorna ao local onde teve sua primeira edição em 2023, reafirmando o compromisso com a valorização do território e das subjetividades que o habitam. Ao ocupar um dos espaços mais emblemáticos do Centro Histórico, a Trans Mix & Naobin amplia o alcance das vozes dissidentes e fomenta a inclusão por meio da arte e do empreendedorismo.

Os estandes estarão abertos ao público, a partir das 10h, com uma variedade de produtos e serviços: moda e vestuário autoral, cosméticos artesanais, livros independentes, zines, maquiagem, tranças afro e gastronomia local. Tudo produzido e oferecido por pessoas trans e não binárias da capital e da região metropolitana.

Atrações artísticas celebram corpos dissidentes

A programação artística tem início ao meio-dia, com discotecagem da DJ Djeya Karabá Afefé. Já às 13h30, a performer Travestilith assume como mestre de cerimônias e conduz todas as apresentações, que contarão com tradução em Libras e audiodescrição para garantir acessibilidade plena.

Entre os nomes confirmados estão Máximu Máxima, A Deusa, Verenna Drag, Tecnoplanta, kaLunga kIng, Senhora Mar, Joa Assumpção e Paulillo Paredão, que encerra a feira a partir das 17h20. A programação é pensada para refletir a pluralidade de linguagens artísticas presentes na cena LGBTRANS+ de Salvador.

Suporte, acessibilidade e incentivo à autonomia financeira

Todos os artistas e expositores selecionados recebem cachê no valor de R$ 500, além de ajuda de custo, almoço e estrutura completa para participação. A medida busca garantir equidade e dignidade à atuação dessas pessoas no circuito cultural da cidade.

O processo seletivo bateu recorde de inscrições: 89 pessoas se candidataram gratuitamente para integrar a feira. A curadoria foi realizada por Brendie Hêth, Senhora Mar, Amanda Freire e Brenda Souza, todas com trajetórias ligadas à cultura, ao ativismo e à produção artística LGBTRANS+.

Segundo a diretora-geral do evento, Brendie Hêth, a feira vai além da celebração, é também uma estratégia de inclusão econômica. “A feira nasceu como um manifesto para enfrentar a falta de espaços inclusivos, capacitações em empreendedorismo, desenvolvimento profissional e eventos que sejam acessíveis e seguros para pessoas LGBTRANS+ que fomentam o empreendedorismo social e a economia criativa em Salvador”, afirma.

Brendie, que também é consultora em diversidade, UX designer e coordenadora do Fórum Trans e Travesti da Bahia, define o evento como um território de pertencimento. A proposta é consolidar a presença de pessoas trans e travestis nas dinâmicas econômicas da capital, com foco na ocupação de espaços historicamente negados a essas populações.

Apoio institucional e fomento à cultura local

A Feira Trans Mix & Naobin é viabilizada pelo edital Gregórios – Ano IV, com recursos da Fundação Gregório de Mattos (FGM), da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), da Prefeitura de Salvador, da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), do Ministério da Cultura e do Governo Federal.

Programação completa

10h – Abertura da feira
12h – DJ Djeya Karabá Afefé
13h30 – Máximu Máxima
Em seguida – A Deusa, Verenna Drag, Tecnoplanta, kaLunga kIng, Senhora Mar, Joa Assumpção
17h20 – Paulillo Paredão
18h – Encerramento