Dênisson Padilha Filho celebra 25 anos de carreira literária e lança novo livro

Celebrando 25 anos de carreira literária, o escritor Dênisson Padilha Filho lançará seu mais novo livro, intitulado Fúria talvez, em evento que ocorrerá no dia 19 de outubro de 2024, às 15h30, na Cervejaria ArtMalte, localizada na Rua Feira de Santana, 354, no Rio Vermelho, em Salvador (BA). Na ocasião, a escritora Rita Santana fará uma leitura de um dos contos do livro e haverá sessão de autógrafos.

Fúria talvez apresenta uma narrativa contemporânea que aborda as angústias e desafios enfrentados por personagens comuns em seu cotidiano. Os contos são descritos como transformações de situações banais em momentos de caos e espanto, onde a fúria se manifesta tanto em termos de loucura quanto de desejo. O livro é dividido em três partes: “na estrada”, “na carne” e “no sangue”, refletindo as tensões geográficas, emocionais e familiares vivenciadas por seus personagens.

Nascido em 1971, Dênisson é mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em sua carreira, já lançou outras obras, como Rock Circus (2022) e Eram olhos enfeitados de sol (2017), e tem textos publicados em diversas revistas literárias. Além disso, foi vencedor do Prêmio Internacional Cataratas de contos em 2015.

Os contos de Fúria talvez abrangem uma variedade de cenários, como a relação entre um tio-avô e uma menina, e a despedida de amigos em um bar, entre outros. Essas histórias exploram temas como solidão, existência e os silêncios que permeiam a vida. Segundo o escritor André Giusti, que apresenta a obra, Padilha Filho consegue evitar a superficialidade que muitas vezes permeia a literatura contemporânea, trazendo uma abordagem mais genuína e viva.

“Passando ao largo de temas que parecem obrigatórios na literatura contemporânea (obrigatoriedade que, muitas vezes, gera histórias forçadas, sem naturalidade e que estão se tornando lugar comum), Padilha Filho nos apresenta novamente uma narrativa moderna, jovem, com angústias dos dias de hoje se abatendo sobre personagens comuns, de nosso tempo e nossa vida diária. Seu enfoque em boa parte das páginas é em diálogos (algo que, inclusive, muito falta aos autores contemporâneos, que geralmente entregam tudo nas mãos de um narrador), diálogos intensos e ágeis, como em uma partida de tênis de mesa profissional”, afirma.

Já o autor destaca a importância do título e o trabalho de reinvenção dos sentidos que ele propõe. “Utilizei ‘fúria’ no sentido lato, tanto como raiva quanto como lascívia ou como loucura; e a palavra ‘talvez’ também usei com um novo campo semântico. Um ‘talvez’ não com sentido de indefinição, mas o ‘talvez’ adjetivo. Fúria talvez, uma fúria incipiente, fúria em progresso, bomba-relógio”, afirmou. Ele enfatiza que os contos refletem sua obstinação artística e a continuidade de um processo criativo que se estende por mais de uma década.

“Os contos do Fúria Talvez refletem bem a obstinação que marca meu fazer artístico, meu ofício ao longo desses 25 anos de carreira. Vários desses contos vêm sendo burilados há treze, oito, nove anos. Muita coisa lancei nesse meio tempo e eles seguiam em contínuo processo de lapidação. Portanto, agora, festejando 25 anos de carreira de escritor, nada melhor do que virem a público. Ao longo desse tempo, recebi aplauso de gente de relevo, boas críticas, alguns prêmios, mas para mim o que vale mesmo é emocionar e incomodar o leitor através da palavra”.

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