A Secretaria Estadual de Turismo (Setur-BA), em parceria com terreiros de candomblé e trade turístico, lançaram, nessa última quinta-feira (23), o roteiro turístico das comunidades de terreiros. O evento aconteceu no Pelourinho com manifestações culturais, como um desfile do afoxé Filhos de Gandhy e o lançamento um guia com orientações para a comunidade.
A iniciativa faz parte do projeto Agô Bahia, que tem como objetivo incrementar o afroturismo, além de valorizar as religiões de matriz africana tão marcantes no Estado. Além de representantes de terreiros, o evento também contou com a participação de profissionais de agências e guias de turismo que atuam na capital baiana e na região metropolitana.
“Nós vamos poder proporcionar aos visitantes uma experiência muito rica de conhecer as religiões de matriz africana. Visitar um terreiro de candomblé é adentrar um templo religioso, uma religião que exige determinados procedimentos”, contou o secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar.
Projeto
Na primeira etapa do Agô Bahia, dez terreiros foram incluídos como pontos de visitação turística, sendo que nove estão em Salvador e um em Lauro de Freitas. Representantes e lideranças dos terreiros afirmaram que os esforços do governo federal proporcionam que mais pessoas conheçam as religiões de matriz africana e permitam que preconceitos sejam quebrados, além de trazer prestígio e publicidade para a religião.
“Ele [o projeto de afroturismo] vai nos ajudar a dialogar mais com a sociedade, sobretudo, mostrando, de fato, a nossa realidade, a nossa comida, a nossa indumentária, o nosso culto, de maneira mais respeitosa e integrativa para todas as pessoas”, contou o antropólogo e babalorixá do Ilê Obá L’Okê, Vilson Caetano.
Os representantes das religiões contam ainda que após serem selecionadas, os templos passaram por uma reforma, com a instalação de sinalização para turistas, seguindo para capacitação de atendimento aos visitantes e produção de material informativo. Também foram feitas visitações de agentes de viagem e turismo às casas de candomblé para estruturar o novo roteiro no Estado.
A expectativa é que os terreiros de outras cidades baianas sejam incluídos no roteiro de turismo, assim permitindo que o afroturismo não se detenha apenas a Salvador e região metropolitana, se estendendo ao interior. Para isso, os terreiros e agências que queiram comercializar pacotes voltados ao setor devem manifestar interesse junto à Setur.
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