O corpo do ator Francisco Cuoco, um dos maiores ícones da televisão brasileira, está sendo velado nesta sexta-feira (20), no Funeral Home, região central de São Paulo. A despedida acontece das 7h às 15h e é aberta ao público. O sepultamento será realizado às 16h, em cerimônia restrita a familiares e amigos.

Francisco Cuoco faleceu na tarde de quinta-feira (19), aos 91 anos, por falência múltipla dos órgãos, segundo o boletim médico divulgado. Ele estava internado a alguns dias devido a problemas da idade. Segundo comunicado oficial da família, o artista estava cercado por pessoas próximas no momento da morte e partiu de forma tranquila. 

“Agradecemos todas as mensagens de pesar e manifestações de carinho. Nossa gratidão e amor eterno por ter tido você em nossas vidas”, diz a nota assinada pelos filhos Rodrigo, Diogo e Tatiana.

Legado marcante e trajetória histórica na televisão brasileira

Francisco Cuoco ficou eternizado por interpretar personagens que marcaram época na televisão brasileira. Entre seus papéis mais lembrados estão os protagonistas das novelas “Pecado Capital”, “O Astro”, “Selva de Pedra” e “O Semideus”, todas exibidas pela TV Globo entre as décadas de 1970 e 1980. 

Nos anos 2000 e 2010, Cuoco continuou presente na televisão, com participações em novelas como “Cobras & Lagartos” (2008), “Passione” (2010), “Sol Nascente” (2016), “Salve-se Quem Puder” (2020) e “No Corre” (2023), sua última aparição na TV. 

Apesar de ter iniciado a carreira pensando em ser ator de cinema, Cuoco teve participações pontuais em filmes como “Grande Sertão” (1968), “Tensão no Rio” (1982), “Cafundó” (2005) e “Um Anjo Trapalhão” (2000), com Renato Aragão. No teatro, seu último trabalho foi no espetáculo Real Beleza (2015), encerrando com dignidade uma carreira marcada pela versatilidade e longevidade.

Colegas e artistas se despedem

A notícia da morte de Francisco Cuoco provocou uma onda de homenagens por parte de colegas de profissão, artistas e personalidades da cultura brasileira. O dramaturgo Walcyr Carrasco escreveu que Cuoco “foi um ícone que inspirou gerações e levou emoção a milhões de lares”.

Miguel Falabella, que contracenou com o ator, destacou seu espírito leve e humor refinado: “Por trás da lendária figura do eterno galã, havia um homem sensível, um colega engraçado e espirituoso e um profissional de primeira. Vai deixar saudade”.

A atriz Fernanda Montenegro, com quem Cuoco contracenou pela primeira vez em 1958, ainda no teatro, fez uma homenagem com tom de reverência. “Francisco Cuoco é um ator absoluto. Um querido e amado ser humano”.

“Oh! Que saudades que eu tenho da aurora da nossa vida. O nosso primeiro encontro cênico foi no TBC em 1958 na peça de Guilherme Figueiredo “A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso” – seu primeiro trabalho como ator formado pela EAD. Seguimos juntos em muitas encenações. Lembro, cênicamente, de textos de Arthur Miller, Nelson Rodrigues, Cervantes, Molière, Martins Pena, Pirandello. E tantos outros autores e encenações importantes. Além de seu protagonismo memorável na TV”, escreveu a atriz indicada ao Oscar. 

Outros nomes da televisão também prestaram tributo. Fátima Bernardes lembrou que “quem viu, não esquece”, ao citar novelas emblemáticas vividas por Cuoco. Ana Maria Braga escreveu que “Cuoco agora faz parte do elenco lá de cima”, agradecendo pelos momentos inesquecíveis. A atriz Giovanna Antonelli descreveu o ator como “gigante” e afirmou que ele será “sempre lembrado como um dos maiores”.