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Voos turísticos perto do Cristo Redentor terão novas restrições no Rio

Voos turísticos perto do Cristo Redentor terão novas restrições no Rio de Janeiro
TAC firmado com MPF busca reduzir poluição sonora causada por aeronaves em áreas residenciais

Nove empresas que operam voos turísticos no Rio de Janeiro assinaram, nesta última segunda-feira (26), um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a seguir novas regras para sobrevoos panorâmicos na cidade. O acordo, firmado com o Ministério Público Federal (MPF), estabelece que as operadoras não poderão sobrevoar áreas próximas ao Cristo Redentor por pelo menos um ano. O objetivo é mitigar o impacto sonoro das aeronaves, que tem sido alvo de reclamações dos moradores das regiões mais afetadas.

Entre as novas diretrizes, as empresas deverão manter alturas mínimas de voo e respeitar distâncias específicas em relação à orla e a monumentos como o Cristo Redentor. “O TAC tem como objetivo principal atenuar o ruído causado pelas aeronaves que realizam voos turísticos na cidade. Em virtude do acordo, as empresas comprometeram-se a adotar uma série de normas para minimizar o impacto sonoro nas áreas afetadas”, destacou o MPF.

O acordo é resultado de um inquérito civil instaurado em abril no ano passado, no qual representantes da sociedade civil, do poder público e das operadoras se reuniram em diversas audiências e reuniões para viabilizar o entendimento. Participaram dos encontros representantes do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Força Aérea Brasileira (Fab) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O TAC tem vigência de um ano, período em que será avaliada a eficácia das novas regras na redução do ruído. As áreas mais afetadas pelos voos, como Joá, Jardim Botânico, Lagoa, Humaitá e Urca, serão monitoradas durante a vigência do acordo. “Ao término do prazo, será realizada uma análise detalhada para verificar a efetividade das ações adotadas”, informou o Ministério Público Federal.

Entre as principais determinações do TAC estão:

  • Manutenção de um afastamento mínimo de 600 metros em todo o trajeto da Rota Especial de Helicópteros Praia (REH Praia)
  • Manter a altitude mínima de 1.200 pés, entre as posições Praça do Ó e Praia do Arpoador;
  • Manter a altitude mínima de 1.200 pés, entre as posições Praia do Arpoador e Praia do Leme;
  • Promover subidas ao Cristo Redentor apenas pela REH;
  • Manter afastamento entre 600m e 800m do monumento do Cristo Redentor, a partir das altitude de 2.000 pés;
  • Abster-se de realizar voos pairados no Monumento do Cristo Redentor;
  • Abster-se de promoverem sobrevoos na cabeça do Morro do Pão de Açúcar.

As empresas também deverão criar uma associação dentro de 60 dias para regulamentar e fiscalizar suas atividades, além de desenvolver um manual de treinamento para reduzir o ruído das aeronaves no prazo de 180 dias. No caso de descumprimento das normas estabelecidas, as empresas estarão sujeitas a uma multa de R$ 10 mil.

Segundo o procurador da República Sergio Gardenghi Suiama, o TAC representa um avanço em relação à falta de normas ambientais específicas para voos panorâmicos na cidade. “Neste período de um ano, o MPF e os moradores dos bairros afetados poderão avaliar se houve uma redução da poluição sonora causada pelos helicópteros. Caso a melhora seja insuficiente, outras medidas poderão ser adotadas após esse prazo”, afirmou.

Empresas que não assinaram o TAC serão intimadas a declarar se vão aderir ao acordo e poderão enfrentar ações civis públicas, segundo o MPF.

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Tânia Rêgo/Agência Brasil