Quando Abel Ferreira escalou os reservas neste sábado, sua intenção era dar descanso aos titulares do Palmeiras, com a vista voltada para os confrontos eliminatórios que virão nas próximas semanas, especialmente contra o Flamengo, na quarta-feira, pela Copa do Brasil. No entanto, essa decisão acabou resultando em um grande prejuízo no Campeonato Brasileiro. Desorganizado e sem criatividade, o time alviverde sofreu uma derrota por 2 a 0 para o Vitória, dentro do Allianz Parque.

Foi a segunda derrota consecutiva do time de Abel – a anterior ocorreu contra o Fluminense, no Maracanã. Em uma sequência mais longa, foi a terceira derrota em quatro partidas. O impacto desse revés será mais claro nas próximas rodadas, mas, por ora, a equipe já está se distanciando dos líderes.

O time baiano, que só havia conquistado uma vitória fora de casa no campeonato, conseguiu quebrar uma longa invencibilidade do Palmeiras. A equipe alviverde não sofria uma derrota em casa há nove meses – 20 jogos.

Apesar de o Palmeiras ter atacado bastante, a equipe foi imprecisa nas finalizações. No primeiro tempo, das 13 finalizações, apenas três foram no alvo. A falta de precisão foi apenas um dos problemas enfrentados.

A formação alternativa, composta por jogadores reservas, ressaltou a importância dos jogos contra o Flamengo nas duas próximas quartas-feiras pela Copa do Brasil. Além disso, a comissão técnica parece estar planejando com um olhar mais distante, considerando a sequência difícil que inclui confrontos com o Botafogo (Libertadores) e um clássico contra o São Paulo (Campeonato Brasileiro). Abel Ferreira demonstrou que agora é o momento de focar nos confrontos eliminatórios.

Era o jogo ideal para administrar as energias: o Vitória era o time que mais havia sofrido gols no torneio e vinha de quatro derrotas seguidas. Mesmo assim, o Palmeiras demorou para se impor. A melhor chance surgiu apenas aos 15 minutos, com um chute de fora de Maurício. Poucos minutos depois, Ríos também tentou o gol. Antes disso, o jogo estava travado no meio-campo.

A única esperança para os palmeirenses era o atacante Estêvão, que retornou após se recuperar de lesões no tornozelo e joelho esquerdos. Os poucos momentos de perigo no primeiro tempo vieram de seus dribles e cruzamentos. No entanto, na segunda etapa, a preocupação aumentou quando Estêvão saiu novamente lesionado após uma dividida.

Uma equipe tão desorganizada e com pouco entrosamento acaba destacando as atuações individuais. Mauricio não desempenhou bem o papel de substituto de Raphael Veiga na armação de jogadas. Pela lateral direita, Giay fez sua estreia, mas não foi muito testado pelos atacantes do time baiano. Caio Paulista também não aproveitou a rara oportunidade pela esquerda.

O Vitória abriu o placar em uma das poucas jogadas bem construídas. Após ser lançado pela esquerda, o atacante Osvaldo marcou seu primeiro gol na Série A. Ele não balançava as redes desde março. No lance, o atacante de 37 anos cortou para o meio, ganhou espaço do estreante argentino Giay e finalizou cruzado.

Após sofrer o gol, Abel Ferreira começou a acelerar as substituições dos titulares (Dudu, Aníbal Moreno, López). No entanto, isso não resolveu o problema. A falta de inspiração continuou. A alternativa foi cruzar bolas na área, mas a defesa do Vitória conseguiu afastar todas as investidas.

Em um contra-ataque isolado, que começou após uma dividida que deveria ter sido marcada como falta em “Flaco” López, Matheusinho fez o segundo gol, garantindo uma vitória surpreendente para o time baiano. A melhor chance do Palmeiras surgiu nos acréscimos, com um chute de longe de Felipe Anderson que acertou a trave.

Ficha técnica – Palmeiras 0 x 2 Vitória

Palmeiras – Lomba; Giay, Vitor Reis, Naves e Caio Paulista (Vanderlan); Menino (Felipe Anderson), Ríos (Aníbal Moreno), Maurício; Lázaro (López), Rony e Estêvão (Dudu). Técnico: Abel Ferreira

Vitória – Lucas Arcanjo; Willean Lepo, Neris (Edu), Wagner Leonardo e Lucas Esteves; Ricardo Ryller (Felipe Machado), Léo Naldi (José Breno), Willian Oliveira e Matheusinho; Osvaldo (Zé Hugo) e Janderson (Alerrandro). Técnico: Thiago Carpini

Gols – Osvaldo aos 6 e Matheusinho aos 38 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos – Osvaldo, Janderson, Vanderson e López.

Cartão Vermelho – José Breno.

Árbitro – Caio Max Augusto Vieira (RN).

Público – 39.609 pagantes.

Renda – R$ 3.199.707,92.

Local – Allianz Parque, em São Paulo (SP).

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