Violência contra jornalistas recua em 2024, mas censura e assédio judicial disparam, aponta Fenaj
Levantamento registrou 144 casos de agressões ao longo de 2024

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou, nesta terça-feira (20), o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2024. O levantamento registrou 144 casos de agressões ao longo do ano passado, o que representa uma média de uma ocorrência a cada dois dias e meio.
Embora o número represente uma queda de 20,44% em relação a 2023 — que contabilizou 181 episódios —, a entidade alerta que o cenário ainda é grave e exige atenção das autoridades e da sociedade.
Assédio judicial apresenta aumento
Entre os principais dados apresentados está o aumento do assédio judicial, que passou a representar cerca de 16% dos casos registrados. Outro ponto de destaque é o crescimento da censura, que mais que dobrou em comparação ao ano anterior, saltando de cinco para 11 episódios.
A Fenaj atribui o avanço desses ataques à instrumentalização do Poder Judiciário por políticos, empresários e líderes religiosos, utilizados como mecanismo de intimidação e silenciamento da atividade jornalística.
O período mais violento foi registrado entre maio e outubro, quando ocorreram 38,9% dos ataques, coincidindo com o calendário eleitoral. Em julho, mês com maior número de ocorrências, jornalistas relataram ameaças com armas de fogo, disparos durante coberturas e até residências atingidas por tiros.
Agressões persistem e afetam principalmente mulheres
Apesar da ausência de mortes no exercício da profissão em 2024, a Fenaj ressalta que continuam as agressões físicas, simbólicas e digitais, com impacto mais severo sobre as mulheres jornalistas. A entidade também aponta que políticos, assessores e apoiadores da direita e da extrema direita são responsáveis por mais de 40% das agressões contabilizadas no período.
No cenário internacional, os riscos são ainda mais extremos. Segundo a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), 122 jornalistas foram assassinados em 2024, a maioria em Gaza, em meio ao conflito, classificado pela Fenaj, como genocídio promovido por Israel contra o povo palestino.
Frente ao panorama, a Fenaj reforça a necessidade urgente de medidas de proteção aos profissionais da comunicação.
“A redução nos números não pode ser usada para minimizar a gravidade da situação. A liberdade de imprensa está sob ataque constante, e proteger o jornalismo é proteger a democracia”, afirmou a presidente da Fenaj, Samira de Castro.
Três jornalistas baianos lançam livros nesta terça-feira
A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) realiza, nesta terça-feira (20), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), o lançamento simultâneo de três livros produzidos pelo projeto ALBA Cultural. As obras — “O Andarilho da Cidade da Bahia”, de Tasso Franco; “Personagens de Ipiaú”, de José Américo Castro; e “Museu do Chico”, de Chico Ribeiro Neto — compõem um conjunto de crônicas, memórias e relatos que percorrem tanto a capital Salvador quanto o interior do estado.
A cerimônia destaca não apenas a publicação das obras, mas também a relevância dos autores, todos com sólida trajetória no jornalismo baiano.
“A cerimônia marca não apenas a publicação dos títulos, mas a entrega pública de narrativas costuradas ao longo de décadas pelos três autores com forte presença no jornalismo da Bahia. São três nomes de escol do nosso melhor jornalismo, donos de uma prosa originalíssima”, afirmou o coordenador editorial e chefe da Assessoria de Comunicação da ALBA, Paulo Bina. A equipe de edição é formada ainda por Idalina Vilas Boas e Alexsandro Mateus.
Com forte identidade visual, os livros contam com ilustrações do artista Borega. O design e a diagramação foram realizados por Bira Paim, enquanto o projeto gráfico e a capa da obra de Tasso Franco ficaram a cargo de Tasso Filho e Vitória Giovanini. O prefácio de “Museu do Chico” foi escrito pelo jornalista Elieser Cesar.
Mais Lidas
Cidades
Advogado criminalista Daniel Keller é encontrado morto em hotel de Salvador
Promotor Almiro de Sena perde cargo após condenação por assédio
Chuvas intensas colocam Salvador em estado de atenção e causam transtornos
Últimas Notícias

Baiana Pâmela Lucciola assume o ‘Melhor da Tarde’ após saída de Catia Fonseca
Nova apresentadora do vespertino da Band já havia substituído Catia nas férias e tem passagem pela TVE Bahia

Advogado criminalista Daniel Keller é encontrado morto em hotel de Salvador
Caso será investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios

José Eduardo deixa a Record após 17 anos; saiba quem deverá assumir em seu lugar
Desde 2014 à frente do Balanço Geral Bahia, Zé Eduardo decidiu rescindir seu contrato por iniciativa própria

36% dos brasileiros acham que Janja atrapalha o governo Lula, aponta Datafolha
Outros 40% acreditam que Janja nem atrapalha nem ajuda o mandato do petista

PF prende Gilson Machado por suspeita de ajudar Mauro Cid a obter passaporte português
Ele se tornou o quarto integrante do primeiro escalão do governo Bolsonaro a ser preso

Pesquisa Datafolha aponta que Lula é pior avaliado que Bolsonaro em segurança e inflação
Por outro lado, o governo Lula tem desempenho mais positivo na visão da população quando o assunto é geração de empregos

Governo amplia prazo de inscrição para mil vagas na Polícia Federal com salários de até R$ 26,8 mil
Candidatos têm até 17 de junho para se inscrever; concurso oferece cargos de nível superior e reserva vagas para cotas e PCDs

Governo muda regras de FIIs, Fiagros e IOF e prevê arrecadação extra de R$ 10,5 bilhões em 2025
Medidas visam ampliar arrecadação, corrigir distorções e incentivar investimentos com mudanças no IR e IOF

Promotor Almiro de Sena perde cargo após condenação por assédio
Perda do cargo só pôde ser aplicada após o esgotamento de todos os trâmites judiciais e administrativos

Mauro Cid tem prisão decretada e revogada em seguida; PF detém Gilson Machado
Ex-ajudante de Bolsonaro é alvo de nova apuração sobre tentativa de obtenção de passaporte português para deixar o país