A Polícia Civil da Bahia localizou, na manhã desta terça-feira (14), os corpos de três mulheres na zona rural de Anguera, nas proximidades do Povoado de Guaribas, região conhecida como estrada de Ribeirão do Cavaco. A descoberta foi feita durante as ações da Operação Vale das Sombras, que investiga o desaparecimento das jovens Letícia Araújo Rodrigues (22 anos), Carol Ferreira Rodrigues (21) e Rafaela Carvalho Silva (15), vistas pela última vez na segunda-feira (6).

Corpos são localizados em Anguera após uma semana de buscas

Segundo informações da corporação, o local onde os corpos foram encontrados é de difícil acesso e sem cobertura telefônica, o que exigiu uma operação complexa de isolamento e perícia. As equipes da Delegacia Territorial (DT) de Anguera, Departamento de Polícia Técnica (DPT) e Coorpin de Feira de Santana permaneceram no local para recolhimento dos cadáveres e levantamento de vestígios.

Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML), onde passarão por exames de perícia e identificação formal. A Polícia Civil trabalha agora para determinar a dinâmica do crime, a motivação e a autoria.

Segunda fase da operação resulta em novas prisões

Durante a madrugada, a Polícia Civil deflagrou a segunda fase da Operação Vale das Sombras, que resultou na prisão de dois homens, suspeitos de envolvimento direto no desaparecimento e morte das três jovens. A ação foi realizada simultaneamente em Anguera e em Feira de Santana, nos bairros Tomba e Campo Limpo.

Com essas prisões, o número total de detidos durante as investigações chegou a cinco pessoas: três mulheres e dois homens. Entre elas está uma jovem de 19 anos, que teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara Criminal de Feira de Santana nesta última segunda-feira (13) e foi capturada em Anguera.

De acordo com a Polícia Civil, a operação contou com o apoio de equipes da Delegacia Territorial de Anguera, Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), Núcleo de Inteligência da 1ª Coorpin e Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Primeiras prisões e achados reforçaram linha de investigação

A Operação Vale das Sombras teve início, na última quarta-feira (8), logo após o desaparecimento das jovens. No dia seguinte, dois homens foram presos em flagrante em um imóvel na zona rural de Anguera, onde os investigadores encontraram objetos pessoais das vítimas, roupas queimadas, sandálias femininas, celulares e vestígios compatíveis com sangue.

No sábado (11), foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, com a apreensão de celulares e roupas pertencentes a uma das desaparecidas. Nesta última segunda-fera (13), uma das suspeitas teve prisão preventiva decretada e foi localizada ainda na região.

As diligências da operação prosseguiram com novas prisões e, finalmente, com a localização dos corpos nesta terça-feira (14). As investigações agora se concentram em confirmar a identidade das vítimas e definir o papel de cada um dos suspeitos no crime.

Jovens desapareceram após saírem juntas na zona rural

Segundo as investigações, Letícia, Carol e Rafaela desapareceram, na segunda-feira (6), após avisarem que iriam buscar roupas na zona rural de Anguera. Conforme o delegado José Marcos Rios, titular da DT de Anguera, as três saíram quase ao mesmo tempo e mencionaram o mesmo destino, o que reforçou desde o início a hipótese de crime planejado.

Familiares relataram que Carol foi a primeira a desaparecer, seguida por Letícia e Rafaela, que tentaram contato sem sucesso. Duas das jovens estavam com celulares, mas não responderam ligações nem mensagens após deixarem suas casas.

Na sexta-feira (10), o ex-namorado de uma das vítimas, um adolescente que já havia sido investigado por homicídio na região, foi ouvido e liberado. Ele negou envolvimento, mas segue sob apuração.

Operação Vale das Sombras chega à fase conclusiva

Com a localização dos corpos e a prisão de novos suspeitos, a Operação Vale das Sombras entrou em sua fase conclusiva nesta terça-feira (14). As investigações permanecem em andamento para confirmar a identidade das vítimas, estabelecer a cronologia dos fatos e definir a motivação do crime.

Segundo a Polícia Civil, todas as provas coletadas incluindo materiais genéticos, registros telefônicos e depoimentos serão encaminhadas para análise do Departamento de Polícia Técnica (DPT). As informações colhidas até o momento indicam que o caso envolve planejamento prévio, com indícios de armazenamento de objetos das vítimas e tentativa de ocultação de provas.