A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, voltou a cometer ataques homofóbicos apenas um dia após deixar a prisão. Solta no domingo (15) por decisão da Justiça de São Paulo, ela foi flagrada nesta segunda-feira (16) proferindo ofensas a moradores de um condomínio na região central da capital. O novo episódio de intolerância ocorre dois dias depois de Adriana ter sido presa em flagrante por xingar um homem de “bicha nojenta” no Shopping Iguatemi, na zona oeste. A informação é do G1.

Segundo relatos de testemunhas, Adriana voltou a demonstrar comportamento agressivo ao dizer que o prédio estava “cheio de bicha, gay e homossexual”. Ao ser confrontada por um dos moradores, as ofensas pioraram. O analista de comunicação Gustavo Leão, uma das vítimas, registrou o momento em vídeo e denunciou o caso às autoridades.

“É revoltante saber que essa mulher foi solta depois de cometer um crime e voltou a agir com ódio e intolerância, agora diretamente comigo e meus amigos. Isso é a prova de que a impunidade alimenta o preconceito”, disse Gustavo. “É como se o sistema dissesse que tudo bem cometer esses crimes, que não vai acontecer nada.”

Durante as gravações, Adriana aparece fazendo comentários debochados e ofensivos. Em tom de provocação, ela diz frases como “eu vou fazer musculação para dar o c…”, “boiola depilada”, “olha a gaiola das loucas” e “dá o c…, boiola”. Em outro momento, acusa Gustavo e dois amigos de “fazerem sexo a noite toda”, sendo imediatamente repreendida por um deles.

A reincidência pode agravar a situação da jornalista na Justiça, já que sua liberdade provisória foi concedida com base no cumprimento de medidas cautelares. No caso anterior, além de insultar um homem em uma cafeteria do Shopping Iguatemi, Adriana também chegou a ofender policiais civis dentro da delegacia, se recusando a colaborar com o procedimento de prisão.

Prisão em flagrante e liberdade no dia seguinte

Adriana foi detida no sábado (14) após proferir insultos homofóbicos ao empresário Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos. Segundo o boletim de ocorrência, ela o chamou de “bicha nojenta” e também o acusou de ser “assassino”. O embate verbal, que teria começado por motivos ainda não esclarecidos, foi registrado por frequentadores do shopping.

Ela foi presa em flagrante por policiais militares acionados no local e levada a uma delegacia, onde também insultou servidores públicos. Apesar da gravidade dos ataques, a Justiça concedeu liberdade provisória à mulher no dia seguinte, com restrições como a proibição de retornar ao shopping onde o crime foi cometido.

O que diz a Secretaria da Segurança Pública

Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou a prisão em flagrante ocorrida no sábado: “Uma mulher de 61 anos foi presa em flagrante na tarde de sábado (14), em um shopping na Avenida Brigadeiro Faria Lima, zona sul da capital. Policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e, no local, constataram que a mulher havia proferido ofensas homofóbicas a um homem, de 39 anos.”

Agora, com o novo ataque gravado e divulgado nas redes sociais, o caso pode ter desdobramentos judiciais mais severos. O Ministério Público e a Polícia Civil devem avaliar se a reincidência fere as medidas impostas pela Justiça e se há elementos para a reavaliação da liberdade concedida.