O Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc) realizará, nesta quinta-feira (15), um seminário sobre o enfrentamento e o combate ao assédio moral e sexual no ambiente da corporação no Estado. O evento acontecerá, das 8h às 12 horas, no auditório 3D da Polícia Civil, no bairro de Itapuã, em Salvador. O objetivo é refletir com as servidoras sobre o tema e discutir as principais ferramentas de denúncia e de proteção às vítimas.

O evento acontece após a morte da delegada Patrícia Aires no último sábado (10), vítima de feminicídio. Seu noivo Tancredo Neves de Arruda foi preso no domingo (11) em flagrante e, depois de confessar o crime, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na segunda-feira (12), após uma audiência de custódia em São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), em maio deste ano, Patrícia havia registrado uma ocorrência na delegacia de Santo Antônio de Jesus (onde atuava como plantonista) contra o agressor, que foi autuado por lesão corporal. Após o alvará de soltura, eles reataram o relacionamento. O acusado possui outras passagens por lesão corporal (2018), danos e ameaça (2022) e ameaça e injúria (2023). As ocorrências foram registradas em Foz do Iguaçu, Paraná e em Feira de Santana.

Seminário

De acordo com o Sindpoc, o debate será mediado pela advogada Jeane Santos, que abordará medidas jurídicas sobre assédio, e pela psicóloga Lorena Bispo (coordenadora de saúde da PC-BA), que falará sobre a importância do acolhimento emocional às vítimas. Também participam a integrante da Comissão de Diversidade e Gênero, Janaína Abreu, que é especialista em Direito da Família e dialogará sobre o suporte legal às vítimas; a fisioterapeuta Laíse de Souza, especialista em Biomecânica Funcional e Desordens do Movimento Humano, e a psicanalista Ivana Balthazar, coordenadora do Serviço Social do PC-BA; além da vice-presidente da OAB-BA, Christiane Gurgel, que ministrará palestra sobre assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.

A vice-presidente do Sindpoc, a investigadora Ana Carla Souza, reforça a importância de uma rede de apoio entre as policiais civis e pontua que é crucial para que as vítimas se sintam protegidas e encorajadas a realizar as denúncias. “O assédio moral, sexual, e o abuso de autoridade adoecem e matam. Preocupadas com a nossa saúde mental, desenvolvemos esse evento, pois é preciso que comecemos a ouvir umas às outras”, destaca.

A secretária-geral do Sindpoc, a escrivã Luciene Rodrigues, também acredita na união da categoria em prol do combate ao assédio moral e sexual. Para a sindicalista, a campanha de conscientização é a melhor ferramenta para “desconstruir” os comportamentos “assediosos” e para instruir as mulheres diante de seus direitos. “A presença de todas as policiais civis é essencial para que formemos uma coletividade preparada para se defender, quando necessário, bem como capacitada a ajudar outra mulher, quando ela precisar”.

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