O São João da Bahia, uma das maiores celebrações populares do Brasil, vai contar este ano com a presença de quatro padres cantores que, juntos, movimentarão mais de R$ 1,4 milhão em apresentações financiadas com verbas públicas. O destaque absoluto é o padre Alessandro Campos, que acumulará quase R$ 1 milhão com três shows no interior do estado.

Segundo o Painel de Transparência dos Festejos Juninos nos Municípios do Estado da Bahia, divulgado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), Alessandro Campos se apresentará em Campo Formoso, Itatim e Barreiras, nos dias 10, 14 e 21 de junho, respectivamente. Somados, os cachês chegam a R$ 945 mil, consolidando o padre sertanejo como uma das atrações mais bem pagas da temporada junina baiana.

Conhecido como “O padre sertanejo do Brasil”, Alessandro Campos utiliza a música como instrumento de evangelização e é também um fenômeno nas redes sociais, com mais de 2 milhões de seguidores no Instagram. Em seus shows, ele adota a estética típica do gênero sertanejo, com roupas e acessórios característicos, reforçando sua marca artística. As informações são do G1 Bahia. 

Padre Fábio de Melo e outros padres ganham destaque

Outro nome de peso entre os religiosos que participam do São João baiano é o padre Fábio de Melo. O sacerdote, que tem carreira consolidada na música, literatura e televisão, receberá R$ 600 mil por duas apresentações: em Quijingue, no dia 24 deste mês, e em Nordestina, no dia 26.

Padre Fábio é presença constante em eventos religiosos e culturais por todo o país, com uma legião de fãs que acompanham sua trajetória artística e pastoral. As apresentações em território baiano reforçam sua popularidade e ampliam a diversidade das atrações oferecidas durante as festas juninas.

Outros dois padres integram a programação de festas juninas em municípios baianos. O padre João Carlos fará uma apresentação em Jeremoabo, no dia 24 de junho, com cachê de R$ 80 mil. Já o padre Antônio Maria se apresentou no dia 25 de maio, em Castro Alves, com contrato no valor de R$ 130 mil. Todas as apresentações fazem parte da programação junina das prefeituras e os cachês são pagos com recursos públicos. 

Valores pagos aos padres

• Padre Alessandro Campos: R$ 945 mil por três shows;
• Padre Fábio de Melo: R$ 600 mil por dois shows; 
• Padre Antônio Maria: R$ 130 mil por um show; 
• Padre João Carlos: R$ 80 mil por um show; 

As informações sobre os valores pagos foram divulgadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). 

Festa junina impulsiona turismo e economia em todo o Estado

O São João baiano é celebrado oficialmente no dia 24 de junho, mas a tradição local amplia o calendário para festividades que duram semanas, em alguns casos até o fim do mês. A festa ocorre em praticamente todos os 417 municípios do estado, promovendo uma grande movimentação turística e econômica.

De acordo com a Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur), o São João de 2024 gerou uma receita histórica de R$ 2 bilhões. Para 2025, a expectativa é de superar esse valor, com um aumento expressivo no número de visitantes. Em 2024, foram 1,7 milhão de turistas, frente aos 1,5 milhão do ano anterior.

Interior concentra as celebrações mais tradicionais

Enquanto Salvador mantém algumas festas pontuais, o maior destaque das celebrações está no interior baiano, onde há forte preservação das tradições juninas. Cidades como Irecê, Cruz das Almas, Amargosa, Lençóis, Senhor do Bonfim e Ibicuí se consolidaram como destinos preferidos dos turistas, muitas vezes com lotação máxima na rede hoteleira.

Em Irecê, por exemplo, os festejos se estenderão em 2025 do dia 18 até 28 de junho, com apresentações gratuitas de grandes artistas do forró, sertanejo e piseiro. Esse movimento impulsiona não apenas o setor de eventos, mas também o transporte e o comércio. Em 2024, cerca de 370 mil veículos passaram pela BR-324 durante o período junino e a rodoviária de Salvador operou com 400 horários extras, atendendo aproximadamente 300 mil passageiros.