Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope, diz que facções estão copiando modelo de terror do Rio de Janeiro na Bahia
Rodrigo Pimentel afirma que domínio territorial e barricadas se espalham pela Bahia como no modelo fluminense de facções

O ex-capitão do BOPE, Rodrigo Pimentel, afirmou, nesta quinta-feira (5), que a Bahia passa por um processo de criminalização semelhante ao vivido pelo Rio de Janeiro, com foco no domínio territorial por facções. A declaração foi feita durante o evento “SOS Bahia – Caminhos para mudar a segurança pública do nosso estado”, realizado no Hotel Fiesta, em Salvador.
“Eu percebo claramente que a Bahia está se tornando o Rio de Janeiro”, declarou Pimentel, ao descrever o que considera a replicação do modelo de facções cariocas no território baiano. Segundo ele, a presença de barricadas marca a mudança de estratégia no tráfico.
“As facções preferem dominar territórios a simplesmente vender drogas”, explicou o especialista. Ele afirmou que essa tática é visível com o aparecimento de barricadas em bairros de Salvador e outras cidades. Em sua avaliação, a presença de obstáculos nas vias é um indicativo do avanço do domínio criminoso sobre comunidades inteiras.
Pimentel ressaltou que o “modus operandi é exatamente igual” ao praticado no Rio de Janeiro, com foco no domínio físico dos espaços e imposição do medo à população. A meta das organizações, segundo ele, não é apenas o lucro com o tráfico, mas o controle do território e a imposição do terror como instrumento de poder.
A atuação da Polícia Militar da Bahia foi destacada como célere na remoção das barricadas, mas o ex-capitão sinalizou que o esforço precisa ser parte de uma estratégia mais ampla e sustentada de segurança pública.
Além de Rodrigo Pimentel, o evento contou com a presença de políticos e analistas, como o comentarista político Caio Coppolla, o governador de Goiás Ronaldo Caiado, o prefeito de Salvador Bruno Reis, o deputado federal Capitão Alden, o presidente nacional do União Brasil Antônio Rueda e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto.
Caiado critica violência na Bahia e apresenta Goiás como exemplo de segurança pública
Durante sua participação no mesmo evento, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), fez duras críticas ao cenário da violência na Bahia. Pré-candidato à presidência da República em 2026, Caiado afirmou que o seu estado vive “outro clima”.
“Em qualquer lugar do Estado [de Goiás], o cidadão pode andar com o celular, com o relógio, o que quiser”, declarou. Ele defendeu que o combate à criminalidade foi decisivo para atrair investimentos e impulsionar o desenvolvimento econômico goiano.
Segundo Caiado, a segurança pública é o motor do crescimento, permitindo a chegada de novas empresas, geração de empregos e avanços em áreas como tecnologia, inovação e industrialização. O governador destacou que o controle da violência mudou a imagem de cidades antes marcadas pela criminalidade, como Valparaíso, considerada uma das mais perigosas do país.
“Ou muda de profissão bandido, ou muda de Goiás”, afirmou ao relembrar ações duras contra o crime organizado no início de seu governo. Para ele, a imposição de limites claros à atuação criminosa foi fundamental para restabelecer a tranquilidade nos municípios goianos.
Caiado também aproveitou o evento para mencionar o crescimento de sua pré-campanha presidencial. Conforme pesquisa Quaest divulgada na quinta-feira (5), ele aparece com 13% das intenções de voto. “Eu estou de abril até agora, tem dois meses exatamente que eu entrei na campanha”, comentou.
Sobre a situação da Bahia, Caiado afirmou que falta comando efetivo e que a ausência de uma política de segurança integrada favorece o avanço do crime. Para ele, o modelo aplicado em Goiás pode ser expandido nacionalmente e adaptado à realidade de estados como a Bahia.
“Tenho indiscutivelmente uma polícia altamente profissionalizada, com toda a tecnologia”, disse, citando ainda o controle de presídios e o uso de inteligência como diferenciais.
O governador também destacou sua relação com o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, de quem recebeu apoio político no passado. Segundo ele, “quando ele governava aqui, o cidadão vinha para Salvador e tinha tranquilidade”.
Por fim, Caiado defendeu publicamente a candidatura de ACM Neto ao governo da Bahia em 2026. Ele sugeriu que, sob nova gestão, o estado poderá reverter os atuais índices de violência e retomar um ambiente de segurança e crescimento.
“Hora que Neto assumir isso aqui e, se Deus quiser, eu chegar lá, aí vocês vão ver esse pessoal todo ter que buscar rumo”, concluiu.
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