O médium e educador espírita Divaldo Franco compartilhou antes de seu falecimento, ocorrido na terça-feira (13), uma revelação marcante sobre sua mentora espiritual, Joanna de Ângelis. De acordo com o relato divulgado pela palestrante Mayse Braga, ele afirmou que a entidade espiritual deverá reencarnar no Brasil após sua partida do plano terreno.

A informação causou comoção entre seguidores da doutrina espírita, que já consideravam Divaldo uma das maiores referências vivas do espiritismo. Ele teria explicado que a decisão de Joanna foi tomada após um convite especial de Jesus a cerca de 200 espíritos elevados, cuja missão seria colaborar com o processo de transformação da humanidade.

Missão espiritual envolveria atuação global, com foco na regeneração da Europa

Segundo o relato de Mayse Braga, Divaldo contou que Jesus teria convocado esses espíritos — que, em princípio, não precisariam mais reencarnar para retornarem à Terra com o propósito de auxiliar no processo conhecido entre os espíritas como “transição planetária”.

“Ela comentou com Divaldo que será a única a reencarnar naturalmente no Brasil, após o desencarne dele. Já os outros 190 e tantos vão se espalhar pelo mundo, principalmente, pela Europa, onde o psiquismo das pessoas ainda é muito antigo, então todos os países deste continente precisam viver uma grande revolução positiva”, afirmou Mayse durante uma palestra.

A proposta, conforme divulgado, seria promover uma grande renovação espiritual e moral em regiões que enfrentam estagnação ou desequilíbrio nos valores humanos, em especial nos países europeus. Joanna de Ângelis, por sua afinidade com o Brasil e sua longa atuação no país por meio da mediunidade de Divaldo, teria aceitado reencarnar em território brasileiro.

Quem foi Joanna de Ângelis?

Joanna de Ângelis é conhecida no movimento espírita como uma entidade espiritual de elevada evolução, que se comunicava com o público por meio de Divaldo Franco desde 1945. Sua primeira manifestação mediúnica ocorreu em 5 de dezembro daquele ano, dando início a uma trajetória marcada pela publicação de dezenas de livros voltados à psicologia espiritual, filosofia, autoconhecimento e educação moral.

A mentora já teria vivido diversas encarnações na Terra, sendo a mais conhecida como Joana de Cusa, uma das discípulas de Jesus no século I. Em todas as existências registradas mediunicamente, ela veio como mulher, sempre desempenhando papéis voltados à orientação e à elevação espiritual.

Legado de Divaldo Franco

Divaldo Pereira Franco, nascido em 1927 em Feira de Santana (BA), faleceu, às 21h45 da terça-feira (13), aos 98 anos, deixando um dos maiores legados do espiritismo no Brasil. Fundador da Mansão do Caminho, instituição filantrópica localizada em Salvador, Divaldo dedicou mais de sete décadas ao trabalho assistencial e à divulgação da doutrina espírita no Brasil e no exterior.

Durante sua vida, psicografou mais de 250 livros, a maioria com conteúdo recebido de Joanna de Ângelis, que também era reconhecida por sua abordagem inovadora, ao integrar conceitos da psicologia moderna ao pensamento espírita. O conjunto da obra de Divaldo e Joanna é referência entre estudiosos, terapeutas holísticos e seguidores da doutrina kardecista.

Multidão presta homenagens no sepultamento de Divaldo Franco em Salvador

Centenas de pessoas compareceram, na manhã desta quinta-feira (15), ao sepultamento do médium Divaldo Franco no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador. A despedida foi marcada por comoção, preces, aplausos e homenagens de fiéis, autoridades e artistas. Entre os presentes estavam o prefeito da capital baiana, Bruno Reis, e o cantor Carlinhos Brown, que destacaram o legado espiritual e social deixado pelo líder espírita.

Seu velório seguiu o pedido pessoal de simplicidade: sem flores, cortejo ou formalidades, com sugestões de doações à Mansão do Caminho, instituição que fundou e que segue ativa no atendimento a milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade.