O anúncio oficial sobre a implementação do horário de verão deverá ser feito nesta quarta-feira (16) pelo Ministério de Minas e Energia. O ministro Alexandre Silveira ainda aguarda dados complementares de um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre a viabilidade de trazer de volta a medida este ano. Segundo fontes do governo, o retorno só acontecerá se for “estritamente necessário”.

Em setembro, o ONS divulgou uma nota técnica indicando que o retorno do horário de verão pode aumentar a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), principalmente no horário de pico entre 18h e 20h, quando a demanda é mais alta. A medida poderia adiar em até duas horas o maior consumo de energia noturno, quando a energia solar já não está disponível. Com o retorno da medida, o estudo estima uma redução de até 2,9% da demanda máxima e uma economia operacional de cerca de R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro.

Na última quarta-feira (9), durante uma reunião da Câmara de Monitoramento do Sistema Elétrico, o ONS informou que as projeções indicam deterioração nas condições de fornecimento de energia nos próximos meses. A Câmara reúne representantes da Aneel, ANP, CCEE, EPE e do Ministério de Minas e Energia.

De acordo com o operador, entre outubro deste ano e março de 2025, a água que alimentará as represas das hidrelétricas ficará abaixo da média histórica nos dois cenários prospectados. No pior cenário, ao final do período chuvoso, a energia armazenada nos reservatórios ficará 23,4% abaixo dos níveis registrados em março deste ano.

Em razão da estiagem, as contas de luz deste mês estão na bandeira vermelha 2, o nível mais alto de sobrepreço. Isso incomodou o governo Lula, levando o ministro Silveira a sugerir que a Aneel utilizasse o valor acumulado de R$ 5,2 bilhões nas contas das bandeiras tarifárias antes de aumentar a tarifa de energia.

Embora diferentes agentes do setor afirmem que não há risco de falta de energia como em 2021, o preço da eletricidade subiu devido à seca. O ONS também informou que, caso o horário de verão seja mantido até 2028, a economia pode chegar a R$ 1,8 bilhão por ano, evitando o acionamento frequente das termoelétricas.