Reforma da Igreja de São Francisco depende de projeto de restauração e apoio financeiro
Iphan detalha primeiras medidas emergenciais para estabilização do imóvel histórico

A reforma da Igreja de São Francisco, conhecida como “igreja de ouro”, no Centro Histórico de Salvador, só poderá começar após a finalização do projeto de restauração. Enquanto o documento não é concluído, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou medidas emergenciais para escoramento, estabilização e limpeza do templo, interditado desde o desabamento que vitimou a turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (13) pelo Iphan, que administra a obra sob supervisão do Ministério da Cultura. O projeto de restauração, orçado em R$ 1,2 milhão, já havia sido contratado antes da tragédia e será essencial para estimar o custo total da recuperação do patrimônio.
Etapas da recuperação do templo tombado
Segundo o presidente do Iphan, Leandro Grass, a recuperação da igreja será um processo complexo, dividido em diferentes fases. “A igreja vai precisar de escoramento, estabilização e limpeza emergencial, para que depois a gente possa contratar uma obra completa, recuperando não só a estrutura do forro, do telhado, mas também as obras de arte, os bens móveis que estão integrados ali, e aí ela poder ser completamente restaurada”, afirmou ao G1.
O custo total das obras ainda não foi definido, mas Grass alertou que será um investimento significativo. Por isso, ele destacou a importância de apoio financeiro de diferentes setores da sociedade.
“O Iphan já tinha um projeto contratado, que era um projeto de restauração, para depois fazermos as obras, com recursos do governo federal. E também já fazendo um convite para outros poderes públicos, sociedade e poder privado, porque esse movimento de recuperação vai demandar muitos recursos e a gente vai precisar dessa união de esforços para colocar essa igreja de pé novamente”, declarou.
Impacto cultural e simbólico da Igreja de São Francisco
Além do prejuízo estrutural, a queda da forração do teto da Igreja de São Francisco representa uma perda cultural e simbólica inestimável. Conforme Grass, embora a restauração tenha um custo financeiro alto, o valor histórico e artístico da igreja não pode ser mensurado apenas em números.
“O valor do patrimônio, o valor da arte, não é estimado financeiramente. Ele é estimado pelo seu simbolismo, pela sua importância. Vale registrar que esse caso específico foi um caso trágico, porque nós perdemos uma vida. Uma vida tem valor inestimável. O valor da estrutura da igreja também não podemos precisar porque isso não é um produto, não é algo que vai para o mercado, portanto não tem valor financeiro estabelecido”, ressaltou.
Última vistoria não apontou risco de desabamento
A última vistoria técnica realizada pelo Iphan na igreja ocorreu em maio de 2024. Na ocasião, segundo o órgão, não foram encontrados indícios que apontassem para um risco iminente de desabamento da forração do teto.
A tragédia segue sob investigação da Polícia Federal (PF), que assumiu integralmente o inquérito na última segunda-feira (10). Antes disso, a apuração era conduzida em conjunto com a Polícia Civil da Bahia (PC-BA), que ficou responsável por ouvir as testemunhas do acidente.
Agora, por se tratar de um imóvel tombado, a PF ficará encarregada de todo o processo, incluindo a análise dos depoimentos colhidos anteriormente pela Polícia Civil. As perícias ainda estão em andamento e não há previsão para a conclusão da investigação.
Sete igrejas interditadas em Salvador
Além da Igreja de São Francisco, outras seis igrejas católicas foram interditadas em Salvador após inspeções conjuntas do Iphan e da Defesa Civil identificarem riscos estruturais. As vistorias, intensificadas após o desabamento, resultaram no fechamento temporário dos seguintes templos:
- Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem
- Igreja de Nossa Senhora do Monte Serrat
- Igreja dos Perdões
- Igreja de Nossa Senhora da Ajuda
- Igreja da Ordem Terceira do Carmo
- Igreja de São Miguel
As inspeções fazem parte de uma força-tarefa composta por 15 servidores de diferentes estados, mobilizados para avaliar a segurança de igrejas e outros bens tombados na capital baiana.
Interdição da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e expectativa de restauração
A Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem foi interditada, na quarta-feira (12), devido ao estado crítico de seu telhado, que apresenta risco iminente de desabamento. O templo, cuja construção foi concluída em 1743 e tombado em 1938, precisará de obras emergenciais para garantir a segurança dos fiéis.
“A recomendação foi de que a gente evacuasse de imediato, pois corre o risco do telhado cair. E a gente tem que zelar pela vida das pessoas que vêm à paróquia”, afirmou Carlene Souza, representante da Coordenação Paroquial.
Além de sua relevância histórica, a igreja abriga a imagem do Bom Jesus dos Navegantes e a embarcação Galeota Gratidão do Povo, protagonista da tradicional procissão marítima realizada em 1º de janeiro. Enquanto o templo permanecer fechado, as missas e demais atividades religiosas serão transferidas para o Salão Hugo Rossini.
“A gente já vinha há bastante tempo sinalizando isso aos órgãos competentes”, destacou a representante da paróquia.
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