Quatro em cada 10 habitantes de Salvador viviam em favelas em 2022; cidade possui duas das maiores do Brasil
Na lista das maiores do país, duas estão na capital baiana
Em 2022, o Censo Demográfico apontou que quase 43% da população de Salvador (1.370.262 pessoas) viviam em favelas, representando a terceira maior proporção entre as capitais brasileiras, atrás apenas de Belém e Manaus. A cidade concentra 45,8% das 572 comunidades mapeadas no estado da Bahia. As demais 310 favelas estão distribuídas em 27 municípios baianos. Na lista das maiores do país, duas são de Salvador. São elas: Beiru/Tancredo Neves, com 38.871 residentes, e Pernambués, com 35.110.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as favelas são definidas como “territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura etc.)”. Esses locais, muitas vezes, são caracterizados por relações de vizinhança e engajamento comunitário.
Na Bahia, além de Salvador, as cidades com maior número de favelas em 2023 foram Feira de Santana, Camaçari e Lauro de Freitas. Em termos proporcionais, Ilhéus, Camaçari e Feira de Santana apresentaram as maiores porcentagens de população residente em favelas, com 64.364, 54.664 e 44.699 moradores, respectivamente.
O estado, com 9,7% de sua população vivendo em favelas, ocupa o quarto lugar no Brasil em números absolutos, com 1.370.262 habitantes nessas condições.
Brasil
No país, cerca de 16,4 milhões de habitantes vivem em favelas e comunidades urbanas, o que corresponde a 8,1% da população total, segundo o Censo Demográfico 2022. O estudo identificou 12,3 mil favelas distribuídas em 656 municípios, representando menos de 12% das cidades do País.
O Estado de São Paulo é o maior concentrador de favelas, com 3,1 mil locais, seguido por Rio de Janeiro (1,7 mil) e Pernambuco (849). Entre as maiores favelas do Brasil, destaca-se a Rocinha, no Rio de Janeiro, com 72 mil moradores, enquanto a Sol Nascente, no Distrito Federal, aparece em segundo lugar com 70,9 mil. No entanto, um levantamento preliminar feito no ano anterior indicava a Sol Nascente como a maior favela, sendo os dados revisados mais recentes que corrigiram essa informação. O Estado de São Paulo ainda possui duas das maiores favelas do País: Paraisópolis (58,5 mil habitantes) e Heliópolis (55,5 mil).
Letícia de Carvalho Giannella, pesquisadora do IBGE, explicou que a alteração do conceito, feita em janeiro de 2024, é resultado de um longo processo de discussão com entidades. “Esse conceito, embora seu conteúdo e a sua essência sejam os mesmos já há alguns censos, o nome, a nomenclatura e a redação do conceito sofreram um processo de mudança em janeiro de 2024.”
Em termos de distribuição geográfica, a região Sudeste continua sendo a mais afetada, com 6 mil favelas, representando 48,7% do total. O Nordeste ocupa a segunda posição, com 3,3 mil favelas, o que equivale a 26,8% do total. Por outro lado, o Amazonas apresenta a maior concentração proporcional, com um a cada três habitantes morando em favelas. O Amapá e o Pará também se destacam, com 24,4% e 18,8%, respectivamente.
Esses números, principalmente no Norte, levantam preocupações sobre os impactos ambientais, dado que o êxodo nas áreas mais remotas tem gerado um processo de favelização nas grandes cidades, como Manaus.
Dentre as 20 favelas mais populosas do País, 8 estão localizadas na Região Norte, sendo sete delas em Manaus. O Sudeste, com 7 favelas, e o Nordeste, com 4, ocupam as posições seguintes. A única favela do Centro-Oeste entre as 20 maiores é a Sol Nascente, no Distrito Federal, que tem 70,9 mil moradores. Nenhuma das favelas mais populosas do Brasil está na Região Sul.
Em relação aos domicílios, o Censo identificou 6,5 milhões de moradias em favelas e comunidades urbanas em todo o Brasil. Desse total, 5,5 milhões (84,8%) são domicílios permanentes. A população residente nas favelas é mais jovem que a média nacional. A idade mediana no País é de 35 anos, enquanto nas favelas é de 30 anos. O índice de envelhecimento nas favelas é de 45 idosos (60 anos ou mais) para cada 100 crianças, número significativamente inferior ao da população geral, que é de 80 idosos para cada 100 crianças.
A pesquisa também revelou a diversidade racial nas favelas. A maioria da população é composta por pessoas pardas (56,8%) e pretas (16,1%), percentuais superiores aos da população geral, onde 45,3% são pardos e 10,2% pretos. O número de pessoas que se declararam brancas nas favelas é de 26,6%, inferior ao percentual de 43,5% observado no restante do Brasil.
A pesquisa traz ainda dados que sugerem que o processo de favelização tem aumentado nas regiões da Amazônia Legal, especialmente na região metropolitana de Manaus, o que gera preocupações em relação ao avanço das facções criminosas, milícias e até crimes ambientais. Isso é reforçado pela cobertura da mídia, que aponta como a favelização contribui para a degradação ambiental na região.
No contexto das comparações com o Censo de 2010, a pesquisa atual do IBGE trouxe avanços no mapeamento de áreas antes não identificadas, além de ajustes nos limites de algumas áreas mapeadas anteriormente. Contudo, o instituto alertou para a impossibilidade de realizar uma comparação direta entre as duas edições do censo, embora tenha reconhecido a importância de fazer comparações cuidadosas.
Os dados anteriores do Censo 2010 indicavam 6,3 mil aglomerados subnormais, envolvendo favelas, invasões, vilas e comunidades. Esses aglomerados estavam presentes em 323 municípios e abrigavam cerca de 6% da população brasileira. Na época, a região Sudeste concentrava quase metade desses aglomerados (49,8%), o que se mantém uma tendência, como aponta o Censo de 2022.
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