Prestadores de serviço da Coelba protestam em Salvador por pagamentos atrasados

Um grupo de trabalhadores da Dínamo Engenharia, prestadora de serviços da Coelba, realizou na manhã desta segunda-feira (17) uma manifestação em frente à sede da Neoenergia, nas proximidades da estação Pirajá, em Salvador. A mobilização, que chamou a atenção de motoristas e pedestres, tem como objetivo cobrar o pagamento de direitos trabalhistas pendentes e exigir o cumprimento das obrigações legais por parte da empresa e da Coelba.

Os manifestantes, que incluem funcionários de diversas áreas da Dínamo, estão reivindicando o pagamento de três férias vencidas e não pagas, o recolhimento do FGTS e INSS, que não foram realizados nos últimos 3 anos, e a regularização do vale-transporte, que não está sendo depositado. Segundo os trabalhadores, essas pendências têm gerado sérias dificuldades financeiras e afetado diretamente a qualidade de vida e o bem-estar da categoria.

Sintracom-BA cobra Coelba

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-BA), Carlos Silva, a manifestação busca sensibilizar a Coelba a assumir sua responsabilidade, como contratante principal dos serviços, e garantir que os direitos dos trabalhadores sejam pagos. Segundo o sindicalista, os funcionários da Dínamo atuam em serviços de alta periculosidade, colocando suas vidas em risco diariamente, “o que exige ainda mais respeito e comprometimento por parte da empresa contratante”.

Conforme o dirigente, a Coelba precisa reconhecer a grave situação enfrentada pelos trabalhadores e buscar uma solução rápida para os problemas apresentados.

Em nota, Coelba diz que já acionou terceirizada

Em nota oficial encaminhada ao Portal M!, a Neoenergia Coelba afirmou que “segue todas as obrigações previstas no contrato celebrado entre a distribuidora e a a empresa Dínamo”. “A distribuidora reforça que preza pelo cumprimento da legislação trabalhista e já acionou a empresa terceirizada para que a situação seja esclarecida”.

Protesto alcança outras cidades da Bahia

A manifestação em Salvador não é um caso isolado. Trabalhadores da Dínamo também paralisaram suas atividades em outros municípios baianos, como Jacobina, Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus, demonstrando a extensão do problema e o impacto das condições de trabalho precárias em diversas localidades do estado.

Polícia presente no protesto

Durante a manifestação, a Coelba acionou a polícia militar. Segundo os trabalhadores, a presença massiva dos policiais, com vários carros e agentes, foi uma tentativa de intimidar a mobilização.

 “A Coelba chama a polícia para o trabalhador. Não estamos aqui para causar problemas, mas para garantir os nossos direitos. O respeito que estamos recebendo é esse”, disse um manifestante.

A presença da polícia gerou indignação entre os trabalhadores, que se sentiram desrespeitados e ameaçados. Eles alegaram que o movimento é pacífico e visa apenas chamar a atenção para as suas condições de trabalho. 

“Nós estamos aqui para que a Coelba assuma sua responsabilidade”, completou.

Apelo por apoio institucional

Os trabalhadores ressaltam que têm perdido muitos direitos devido à negligência tanto da Coelba quanto das prestadoras de serviço contratadas. A principal exigência é que a empresa da Neoenergia assuma total responsabilidade pela situação. Além disso, um dos manifestantes fez um apelo em busca de apoio de instituições como o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), a Justiça do Trabalho, sindicatos, federações e registradores para garantir que seus direitos sejam respeitados e a situação seja resolvida.

“A Coelba faz isso aí. Nós estamos aqui porque os trabalhadores já estão perdendo demais os seus direitos para essa Coelba, para essas prestadoras de serviço, que prestam serviço, que nós entendemos que a responsabilidade tem que ser toda da Coelba. E aí estamos pedindo apoio do MPT, Ministério Público do Trabalho, Superintendência Regional do Trabalho, Justiça do Trabalho, sindicatos, federações e registradores”, desabafou o manifestante.