Prefeitura anuncia requalificação do Ilê Axé Opô Afonjá em comemoração ao centenário de Mãe Stella
Espaço religioso de Salvador passará por obras estruturais e inclusão na rota do afroturismo

O terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, localizado em São Gonçalo do Retiro, em Salvador, será contemplado com novas intervenções promovidas pela Prefeitura. As ações incluem obras artísticas e estruturais. O anúncio foi feito na sexta-feira (2), data que marca o centenário de nascimento de Mãe Stella de Oxóssi, ex-ialorixá do templo religioso. A vice-prefeita e secretária municipal de Cultura e Turismo (Secult), Ana Paula Matos, confirmou as iniciativas durante reunião com a atual líder do terreiro, Mãe Ana de Xangô.
Intervenções incluem museu, creche e restauração estrutural
Durante o encontro, foram discutidos os trâmites para a requalificação do museu Ilé Ohun Lailai e a implantação de uma creche no local. As ações visam fortalecer o espaço religioso, atualmente fechado à visitação por conta de problemas estruturais, com o objetivo de integrá-lo à rota do afroturismo de Salvador.
Gestora destaca importância das obras para preservar legado cultural
A vice-prefeita Ana Paula Matos ressaltou a relevância do projeto e afirmou que a gestão municipal tem trabalhado para que o legado de Mãe Stella permaneça “vivo em cada folha, cada canto, em cada mulher negra que lidera com coragem e sabedoria”.
“Neste dia tão simbólico, em que celebramos o centenário de Mãe Stella, dialogamos com Mãe Ana, sua sucessora, sobre as intervenções necessárias para preservar e fortalecer esse patrimônio da nossa cultura. Viemos prestar contas do status do que tinha sido acordado no nosso primeiro encontro e vamos viabilizar novas intervenções para o centenário de Mãe Stella”, destacou.
Liderança do templo apoia requalificação
A atual ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, Mãe Ana de Xangô, declarou confiança no trabalho da gestão municipal. “Tenho a certeza, dentro do meu coração, que isso que estamos plantando aqui vai se tornar realidade. Vejo que a requalificação será um marco para a história da cidade para dar continuidade à ancestralidade das iyás que passaram por aqui”, afirmou.
Além da vice-prefeita, participaram do encontro a secretária de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo; a diretora de Cultura da Secult, Maylla Pita; e a gestora do Gabinete Salvador Capital Afro, Ivete Sacramento.
Museu Ilé Ohun Lailai terá acervo restaurado
O museu Ilé Ohun Lailai, localizado dentro do terreiro, passará por obras de requalificação e terá seu acervo restaurado. A iniciativa será coordenada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult Salvador) em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Smed), responsável pela gestão da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos, situada no mesmo espaço. A escola é reconhecida pelo trabalho voltado ao ensino da cultura afro-brasileira.
A definição das intervenções foi firmada em agosto de 2024, durante visita ao local que contou com a presença do prefeito Bruno Reis, da vice-prefeita Ana Paula Matos e do então secretário Pedro Tourinho.
Histórico e importância do acervo cultural
Fundado em 1982, o museu foi criado mais de 70 anos após o surgimento do Ilê Axé Opô Afonjá, estabelecido em 1910 por Eugênia Anna dos Santos (Mãe Aninha). O espaço reúne plantas sagradas catalogadas e itens pessoais como vestimentas e cadeiras utilizadas pelas sacerdotisas que lideraram o templo ao longo dos anos: Mãe Bada, Mãe Senhora, Mãe Ondina e Mãe Stella de Oxóssi.
A curadoria e o projeto expográfico foram acompanhados por Mãe Ana de Xangô. O conceito é tornar o interior do museu semelhante a uma gameleira, árvore simbólica das religiões de matriz africana, proporcionando uma experiência imersiva na história e simbologia do terreiro.
Legado de Mãe Stella de Oxóssi será preservado
Maria Stella de Azevedo Santos, conhecida como Mãe Stella de Oxóssi, nasceu em 2 de maio de 1925, em Salvador. Aos 14 anos, foi iniciada no Ilê Axé Opô Afonjá e, em 1976, aos 51 anos, assumiu a liderança como quinta ialorixá do templo.
Reconhecida por ser a primeira ialorixá do Brasil a publicar livros e artigos sobre o candomblé, Mãe Stella escreveu obras como “Meu tempo é agora” e defendeu o resgate da cultura afro-brasileira e o combate ao racismo. Em 2013, foi eleita para a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia, cujo patrono é Castro Alves.
Mãe Stella faleceu em 27 de dezembro de 2018, na cidade de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano, deixando um legado cultural e religioso reconhecido nacionalmente.
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