O impacto da Inteligência Artificial vai muito além da tecnologia, permeando áreas como literatura, música, saúde e direito. A avaliação é do escritor e jornalista Paulo Markun, um estudioso da ferramenta.

Em recente entrevista ao programa Conversa On, do Portal M!, ele destacou que a sociedade está prestes a enfrentar uma transformação profunda. “As mudanças estão acontecendo sem que tenhamos noção de para onde as coisas estão caminhando”, afirmou Markun. Ele reforça a importância de utilizar as ferramentas de IA de maneira consciente e em benefício de todos.

“A Inteligência Artificial, o crescimento da sua utilização é tão exponencial ou é mais exponencial do que o crescimento do uso dos computadores, porque ela se retroalimenta. Não da para saber até onde vai chegar a transformação, ela vai trazer coisas ruins, com certeza, e trará, ou poderá trazer coisas boas. Mas isso só vai acontecer se a gente, a sociedade, tomar o domínio disso e não deixar isso só na mão das empresas de tecnologia e sermos apenas usuários passivos”, completa.

Para Markun, é essencial que aqueles que têm condições, como ele próprio, façam uso da IA em suas atividades diárias. Aos 72 anos, ele compartilha sua experiência: “Já consegui, com o uso da IA, fazer alguns programas de linguagem Python para ajudar no meu trabalho de pesquisa, e isso não é impossível para muita gente”.

O papel do poder público na regulamentação da IA

A regulamentação é outro ponto crucial no debate sobre a IA. Markun destaca que, enquanto países como a China aplicam um controle rígido, no Ocidente, o processo de regulamentação é mais complexo. “Nós não podemos ter o controle autoritário como na China, porque vivemos em um mundo supostamente democrático”, disse.

Ele elogiou as articulações na Europa para criar legislações que equilibrem o uso da IA com a segurança pública, embora o processo seja lento e desafiador. Atualmente, Markun vive em Portugal.

“As articulações que tem aqui na Europa, por exemplo, para discutir a legislação, como qualquer legislação europeia, é pelo conscenso, pelo entendimento, pela negociação. Demora, dá trabalho, mas não tem outro jeito”, afirmou.

Markun observa que o Brasil não está na vanguarda, mas vê com otimismo a recente iniciativa do governo Lula em fomentar o desenvolvimento da IA nacional e estimular o meio acadêmico a participar dessa evolução.

Confira o Conversa On com Paulo Markun na íntegra:

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