Os passageiros que estavam no avião que realizou um pouso no Aeroporto de Salvador após apresentar pane elétrica, na madrugada desta segunda-feira (30), afirmam que até o momento não sabem quando poderão embarcar em um novo voo e seguir viagem. Eles acusam a companhia aérea Azul não estar prestando o devido suporte. O voo AD4032 saiu de Recife às 2h35 com destino ao Rio de Janeiro, onde deveria chegar às 5h25, sem previsão de escalas e conexões, mas precisou parar na capital baiana por volta das 5 horas.
A Vinci Airports, que administra o terminal, havia classificado, inicialmente, a situação como “pouso de emergência”. No entanto, no final desta manhã, a concessionária disse em nota que corrigiu a informação e se tratava de um “pouso de prioridade”. O motivo, no entanto, ainda não foi esclarecido.
A aeronave transportava cerca de 136 passageiros. Assim como a Vinci, em nota encaminhada pela Azul ao Portal M!, a “companhia esclarece que não houve pouso de emergência” e “o pouso aconteceu em segurança e os clientes desembarcaram normalmente”. “A companhia destaca que os clientes estão recebendo toda assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), e serão reacomodados em outros voos. A Azul lamenta eventuais transtornos causados aos Clientes e reforça que ações como essa são necessárias para garantir a segurança de suas operações, valor primordial para a Azul”, completou a nota.
Segundo informações divulgadas pela TV Bahia, alguns deles já tiveram encaminhamento para outros voos e puderam seguir viagem, mas a grande maioria permanece sem ter sua situação resolvida. Um dos passageiros ouvidos pela reportagem contou que a Azul ofereceu vagas para embarcar em voos, com conexões para São Paulo e para Minas Gerais, mas eles teriam ainda que esperar nas duas capitais para serem redesignados a novos voos para o Rio de Janeiro.
“Entramos no aplicativo da companhia e há sim vagas para viajar para o Rio de Janeiro, custando R$2 mil. Para comprar tem, para realocar não”, reclamou um dos passageiros.
Relatos apontam ainda que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também foi omissa com a situação. Vale destacar que, segundo o Código de Defesa do Consumidor, a companhia aérea é obrigada a fornecer lugares, mesmo que voos de outras companhias, para cumprir com o serviço da viagem até o destino final e, passadas 4h de espera, a empresa é obrigada a fornecer alimentação e hospedagem para os passageiros, mas até o momento estas regras não foram cumpridas.
Entretanto, a Azul informou que os passageiros receberam vouchers de R$ 50 para lanches, lamentou os transtornos e ponderou que “ações como essa são necessárias para garantir a segurança das operações”.
Acusação de Transfóbia
A atriz e cantora sergipana, Isis Broken, que está atualmente no ar como uma das personagens da novela ‘No Rancho Fundo’ foi uma das passageiras do voo. Ela relatou os momentos de medo que enfrentou, chegando a gravar alguns vídeos no momento no momento em que os passageiros foram informados que pousaram. Ela revelou ainda que ao buscar informações com atendentes da Azul sofreu transfobia.
“Eu falei que meu nome era Isis, que era senhora, e ele me chamou de senhor, um completo desrespeito. Eu pedi o crachá dele para saber o nome dele, ele não queria me dar o nome. Eles não dizem nada do que aconteceu, a gente vai sabendo por coisas que a gente foi vendo no meio do voo. Dizem que é uma pane, uma falha, mas a gente não sabe” revelou a atriz, destacando que a todo momento foi tratada no masculino.
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