Operação Indignos: Polícia desarticula esquema que movimentou R$ 150 milhões em crimes violentos

A Polícia Civil da Bahia deflagrou, na manhã desta quinta-feira (9), a Operação Indignos, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa responsável por movimentar mais de R$ 150 milhões em práticas ilícitas nos últimos 3 anos. O grupo é acusado de extorsão mediante sequestro, frequentemente com resultado morte, além de envolvimento em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A operação, coordenada pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), mobilizou cerca de 200 policiais em cinco estados.

Desde às 4 horas da manhã, equipes policiais executaram 26 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária. A ação se estendeu pela Bahia — incluindo cidades como Salvador, Candeias, Lauro de Freitas, Dias D’Ávila e Camaçari —, além de São Paulo, Paraná, Amazonas e Ceará.

Investigação detalhada revela esquema milionário

De acordo com o delegado Thomas Galdino, diretor do Deic, as investigações apontam que a organização criminosa utilizava o sequestro como método principal para financiar suas operações. “Esse grupo movimentou, durante um período de 3 anos, mais de 150 milhões provenientes da prática desses crimes. Foi uma investigação que se encerrou através da Delegacia de Sequestro, com o DIP, por meio do seu laboratório. Hoje, conseguimos deflagrar a operação com o cumprimento de 26 mandados de apreensão e seis mandados de prisão temporária”, explicou Galdino.

O esquema criminoso ia além dos sequestros, sendo também uma fachada para o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro. Esses crimes, segundo as autoridades, eram planejados para garantir a expansão das atividades ilegais e dificultar o rastreamento dos recursos financeiros.

Primeiros resultados da Operação Indignos

Durante as primeiras diligências da operação, sete suspeitos foram presos, incluindo dois policiais militares que agora enfrentarão acusações de envolvimento em organização criminosa. Além disso, um dos indivíduos foi preso em flagrante no momento da abordagem. As equipes também apreenderam diversos materiais usados para executar os crimes, incluindo equipamentos eletrônicos e documentos que estão sendo analisados.

Mobilização de múltiplas forças policiais

A operação foi o ápice de um trabalho que levou mais de um ano de investigações, com monitoramento intensivo e análise de dados complexos. A força-tarefa contou com a colaboração de diferentes unidades, como os departamentos de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), de Inteligência Policial (DIP) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Equipes especializadas, como a Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), também participaram das ações táticas.

Segundo a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, o combate ao crime organizado tem recebido investimentos estratégicos, incluindo a criação de 13 Núcleos de Inteligência Policial no interior baiano. “Antigamente, toda a parte de interceptação de dados telemáticos e extração de celulares ficava, aqui, na Superintendência de Inteligência. Nós levamos isso para o interior do Estado”, destacou.

Segurança pública: queda nos índices de violência

Os resultados da Operação Indignos vêm em um momento em que a Bahia registra uma queda de 8,7% nas mortes violentas no último ano, o menor índice em 17 anos, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). Esse dado reforça o impacto de ações coordenadas no combate ao crime organizado.

A Polícia Civil informou que as investigações continuam, com o objetivo de identificar outros membros da organização criminosa e rastrear bens adquiridos de forma ilícita. Em nota, reafirmou seu compromisso em combater o crime organizado.

Próximos passos

Os suspeitos detidos serão encaminhados para audiências de custódia, e o material apreendido passará por perícias detalhadas. Autoridades também investigam possíveis ramificações do grupo criminoso em outros estados e suas conexões com organizações internacionais.