O prefeito Bruno Reis (União Brasil) esteve no bairro da Federação, na manhã desta sexta-feira (3), para entregar 100 casas reformadas pelo programa Morar Melhor. A ação marca a segunda etapa da iniciativa na comunidade e elevou para 737, o total de residências beneficiadas apenas nesta região. O evento contou também com a presença do secretário municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Luiz Carlos de Souza, que acompanha a execução do programa desde sua criação.

O projeto, que completa dez anos de funcionamento em 2025, tem como prioridade oferecer condições de moradia digna para famílias de baixa renda que vivem em áreas de maior vulnerabilidade social. Na prática, as intervenções incluem reparos estruturais, pintura, cobertura, troca de portas e janelas, além de requalificação elétrica, buscando transformar ambientes precários em espaços seguros e confortáveis.

Transformação na vida dos moradores

Entre os beneficiados está uma diarista de 48 anos, mãe solo de uma adolescente, que relatou ter passado anos vivendo em um imóvel marcado pela precariedade. Antes das obras, o telhado apresentava rachaduras, o que provocava infiltrações constantes e comprometia móveis e eletrodomésticos. Com a reforma, a residência recebeu nova cobertura, pintura, troca de portas, janelas e até a parte elétrica foi requalificada, devolvendo condições adequadas de moradia. Muitos dos contemplados afirmam ter conquistado, pela primeira vez, um espaço digno que podem chamar de lar.

“Ouvir depoimentos como o dela, sem sombra de dúvidas, marca a nossa caminhada. Quando, lá em 2015, começamos o Morar Melhor, tínhamos a exata compreensão do alcance dessa iniciativa para a população, do quanto iria garantir mais dignidade. E, nesses 10 anos, são 60 mil famílias alcançadas, a exemplo de dona Beliza, que está com a casa toda arrumada e organizada”, pontuou Bruno Reis.

Histórico e alcance do programa Morar Melhor

Criado em 2015, o Morar Melhor completa uma década de execução com resultados expressivos. Em dez anos, mais de 60 mil famílias foram beneficiadas em diferentes bairros da capital baiana. A proposta surgiu da constatação de que grande parte da população de baixa renda vivia em residências com deficiências estruturais graves, sem condições financeiras de arcar com reformas.

O programa funciona a partir de um levantamento técnico que identifica as localidades prioritárias. Segundo a Seinfra, os critérios de seleção se baseiam em dados oficiais do IBGE, priorizando áreas com maior concentração de domicílios de alvenaria sem revestimento, famílias chefiadas por mulheres, presença de idosos ou pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.

“Na prática, o programa chega e faz todo um trabalho de resgate de autoestima, de valorização à vida, dando apoio até para que os contemplados vivam com mais saúde, pois há muitos que chegam a sofrer com problemas respiratórios por viver em casas com paredes mofadas, devido às infiltrações provocadas pelos dias chuvosos”, salientou o secretário da Seinfra, Luiz Carlos de Souza.

Critérios de exclusão e impacto social

Nem todos os imóveis podem ser contemplados. Ficam de fora as casas em situação de risco, os imóveis alugados e aqueles pertencentes a famílias cuja renda mensal ultrapassa três salários mínimos. A medida busca direcionar os recursos públicos a quem realmente necessita, ampliando o impacto social da política habitacional.

Segundo a prefeitura, além da requalificação estrutural, a iniciativa gera reflexos diretos na saúde dos moradores. Muitas famílias viviam em residências tomadas pela umidade e mofo, que favoreciam o surgimento de problemas respiratórios.