A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu, nesta terça-feira (20), o uso da tecnologia como ferramenta essencial para transformar o ensino público no Brasil. A declaração foi dada durante a inauguração do primeiro de 180 laboratórios maker em escolas estaduais da Bahia, no bairro do Cabula, em Salvador.

O evento marcou o lançamento do programa “Mais Ciência na Escola”, parceria entre o MCTI, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Secti) e a Secretaria da Educação (SEC), que visa fomentar a iniciação científica entre os jovens.

“O que nós temos no país é fazer com que a nossa educação se diferencie. Ela não pode ter a mesmice histórica, ainda mais pelas ferramentas tecnológicas que nós temos hoje disponíveis. Então, se você não inova na educação, é muito difícil a juventude se entusiasmar pelo aprendizado e por buscar o conhecimento”, afirmou a ministra.

Mão na massa estimula experiência escolar

Luciana Santos ressaltou a importância do modelo de aprendizagem ativa promovido pelos novos espaços. Segundo ela, a iniciativa é “fundamental”, sobretudo diante da “revolução tecnológica” que ocorre atualmente.

“Quando você tem um laboratório, não é à toa que o nome dele é ‘Laboratório Mão na Massa’, você aprende fazendo e isso faz uma diferença enorme e até estimula o desempenho escolar, porque uma coisa alimenta a outra”, declarou.

A ministra também destacou a necessidade de adaptar a educação pública às exigências do século XXI e preparar os estudantes para novas dinâmicas de trabalho e conhecimento.

“Há a chamada Indústria 4.0 e aqui os estudantes, desde a escola, ficam se adaptando a essas novas tecnologias. Por isso a importância da impressora 3D, por isso a importância da robótica, da microeletrônica e dessa visão virtual que a gente viu ali logo no início”, disse.

Segundo ela, os recursos tecnológicos presentes nos laboratórios possibilitam novas formas de aprendizado. “É uma maneira também de você fazer um aprendizado com imagens, você colocando as peças no local, isso tudo faz uma diferença enorme no aprendizado e é o que nós queremos, que a nossa nação cada vez mais eleve o seu nível cultural”, concluiu.

O investimento total para a estruturação dos 180 laboratórios está estimado em R$ 21 milhões, sendo R$ 18 milhões provenientes do MCTI. Para o laboratório do CEEINFOR, o aporte inicial foi de R$ 100 mil, por meio da Fiocruz. A unidade complementa a estrutura da escola, que já oferece cursos técnicos em diversas áreas.

Nova lei de incentivo à ciência na educação básica

Além da inauguração do laboratório, o governo estadual anunciou a sanção da Lei PopCiência Bahia, voltada à promoção da ciência, tecnologia e inovação no ambiente escolar. Segundo o secretário André Joazeiro (Secti), a legislação visa articular ações transdisciplinares para formar jovens cientistas.

“Sancionamos a lei ontem e vamos, a partir de agora, dar oportunidade para aqueles alunos com vontade de fazer ciência nas escolas e colocar no clube [de ciência]. A Secti entra fazendo a trilha da inovação dentro desse clube. O menino ou a menina tem uma ideia, primeira coisa que fazemos na trilha é a patente, protegendo a propriedade intelectual dele”, explicou Joazeiro.

“Depois a gente capacita, dá as ferramentas. Por exemplo, ajudando ele a montar uma empresa, uma startup, com orientação jurídica, financeira, com plano de negócio”, completou o secretário.