Ministério das Mulheres e CBF se unem em ações contra feminicídio e assédio

O Ministério das Mulheres promoveu, na noite desta última terça-feira (19), antes da realização da partida de futebol entre Brasil e Uruguai, uma ação destinada ao combate da violência contra as mulheres e ao feminicídio. A ministra Cida Gonçalves, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Gomes, assinaram uma carta-compromisso pelo Feminicídio Zero e se comprometeram a criar políticas anti-assédio dentro das arenas esportivas. 

A parceria busca que meninas e mulheres, sejam elas torcedoras ou atletas, tenham segurança nos estádios e outros espaços esportivos. A ação também irá promover o incentivo à inserção e permanência das mulheres no esporte, desde as categorias de base, além de contribuir para a preparação do Brasil para receber a Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027. 

O programa Feminicídio Zero foi desenvolvido em parceria com diversos setores da sociedade, buscando erradicar o assassinato de mulheres, além de outras violências. O projeto do Ministério das Mulheres vem buscando agir cada vez mais em espaços esportivos, fazendo parcerias com clubes de futebol, visto que, segundo uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, há um aumento de 23,7% nos registros de ameaça contra mulheres, durante as partidas de futebol.  

 “Independentemente de o time ganhar ou perder, o desafio é usar o futebol como uma ferramenta para combater a violência contra as mulheres. O estádio é um espaço, majoritariamente, ocupado por homens e precisamos que eles estejam ao nosso lado nessa luta contra o feminicídio, a violência sexual e todas as formas de violência de gênero”, disse a ministra.  

Já o protocolo do Não é Não, instituído pela Lei nº 14.597/2023, vai promover a prevenção ao constrangimento e a violência de cunho sexual contra as mulheres, protegendo as vítimas. “Queremos fazer uma Copa cidadã, uma competição que respeite as mulheres, valorize o tratamento digno ao ser humano e combata qualquer tipo de humilhação ou violência, seja dentro ou fora de campo, ou no contexto do futebol. É um evento que deve deixar um legado social e humano, muito além do esporte”, disse Ednaldo Gomes.  

Dia da Consciência Negra e homenagens a Vini Jr.  

Na véspera do feriado do Dia da Consciência Negra, o jogador Vini Jr. ganhou um certificado onde foi revelado que os ancestrais do jogador são oriundos de Camarões. A ação faz parte do programa da CBF chamado de Raízes de Ouro, que em parceria com a African Ancestry, empresa de rastreamento genético, farão uma busca pelos ancestrais dos jogadores. 

“Vini Jr. carrega consigo o desejo de honrar suas raízes. No entanto, como muitos afrodescendentes, sua história ancestral foi apagada pelo racismo e pelo legado da escravidão. Graças a um teste de DNA com a AfricanAncestry.com, pioneira em rastreamento genético de ancestrais paternos e maternos para pessoas negras em todo o mundo, descobrimos que os ancestrais de Vini Jr vêm da tribo Tikar em Camarões”, disse Gina Paige, fundadora da African Ancestry. 

Ainda durante a partida, no momento em que tocava o hino nacional, uma faixa foi estendida da arquibancada com a imagem de atletas pretos e pardos, dentre eles Pelé e o próprio Vini, onde estava escrito a frase: “Nossa Grandeza, Dia Nacional da Consciência Negra”.